Clube paulista assinou maior contrato de patrocínio do futebol brasileiro
Corinthians apresenta uniforme com patrocínio da Caixa Econômica Federal
O clima era festivo durante o
anúncio do novo contrato de patrocínio firmado pelo Corinthians, com a Caixa
Econômica Federal, em evento realizado no Museu do Futebol, nesta terça-feira.
Não houve suspense para a divulgação do valor do contrato, de R$ 31 milhões e
com validade até o final de 2013, e sobraram sorrisos de dirigentes do clube e
do banco diante das câmeras de televisão. Apenas o presidente Mário Gobbi
misturou alegria com irritação em seu discurso.
O nervosismo de Gobbi era motivado pelas críticas que sofreu pela
demora para encontrar um parceiro para o Corinthians. Desde o final de abril,
quando o contrato com a Hypermarcas expirou, o clube precisava recorrer a
acordos de ocasião para obter receitas – inclusive na fase decisiva da Copa
Libertadores da América. Ainda foi alvo de calote da empresa Apito Promocional,
que faliu antes de quitar duas parcelas de R$ 400 mil referentes à publicidade
– a Justiça estipulou os dias 1 e 15 dezembro como limites para o pagamento da
dívida.
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‘Ficamos oito meses sem um patrocínio, mas porque arriscamos até o
fim. Fazer um acordo como esse não é como ir comprar um lanche na padaria. A
camisa do Corinthians tem outro preço, queridos. Entenderam ou não? Não vou
vender o nosso uniforme por um valor vil. Vencemos porque somos pessoas do bem,
sérias. Os experts deveriam vestir as sandálias da humildade e confiar no nosso
trabalho. O bem vence. De cara limpa!’, desabafou um nervoso Gobbi, lembrando
que não precisou de tanto esforço para sacramentar o negócio com a Caixa. ‘Não
foi o Corinthians que procurou a Caixa. Eles que nos ligaram e marcaram uma
reunião. Disseram que estavam atrás de credibilidade, e os nossos olhos se
encheram de lágrimas.’
De qualquer forma, o acerto com a Caixa ainda está distante do que
o departamento de marketing do Corinthians pretendia arrecadar com propaganda.
‘Mas ainda podemos chegar aos R$ 50 milhões vendendo a base da camisa e os
outros espaços do uniforme para empresas diferentes’, ponderou o
vice-presidente Luis Paulo Rosenberg. ‘A parceria com a Caixa está à altura do
Corinthians. É a maior do futebol brasileiro. Isso não se compra na esquina.
Deus é pai e nos abençoou mais uma vez. O clube já tem um dos maiores cartazes
de propaganda do Brasil e caminha para ser o maior do mundo. Chegaremos a isso
através de outras parcerias. Só que precisamos de tempo’, afirmou Gobbi.
A Caixa pagará R$ 1 milhão para o Corinthians até o final deste
ano, quando será disputado o Mundial de Clubes. A camisa com o logotipo do
banco estatal será estreada pelo time já contra o Santos, neste sábado, no
Pacaembu, justamente para atender a requisito da Fifa para aceitar publicidade
no torneio realizado no Japão. Em 2013, o clube chegará aos R$ 31 milhões
previstos em contrato ao receber R$ 2,5 milhões mensalmente – como comparação,
o São Paulo ganha R$ 23 milhões para ceder espaço de seu uniforme à Semp
Toshiba por um ano.
‘Já temos cláusulas para renovar com o Corinthians por mais tempo.
Colocamos até o índice de correção monetária no contrato’, adiantou Clauir
Santos, diretor de marketing da Caixa. ‘Também estamos centralizando toda a
movimentação bancária do Corinthians, além de termos um projeto de cartão de
crédito para o clube. Fizemos um patrocínio que trará muitos frutos para
todos’, acrescentou José Henrique Marques da Cruz, vice-presidente de
atendimento do banco estatal, citando também os acordos que mantém com Avaí,
Atlético-PR, Figueirense e atletas e entidades de outras modalidades
esportivas.
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