18 fev 2013
A onda de choque produzida pelo meteoro que caiu na cidade de Chelyabinsk na sexta-feira foi tão intensa que pelo menos 17 estações que monitoram e detectam testes nucleares ao redor do mundo registraram o evento. Os cálculos mostram que a energia liberada foi equivalente a 25 bombas atômicas.
De acordo com a CTBTO (Comprehensive Nuclear Test Ban Treaty Organization), entidade que monitora o cumprimento do tratado de não proliferação de armas nucleares, 17 das 60 estações responsáveis pela detecção de infrassons registraram a onda de choque produzida quando o meteoro se partiu na alta atmosfera.
Segundo o órgão, a explosão ocorreu exatamente as 03h22 UTC, ou 00h22 pelo horário de Brasília e foi registrada por instrumentos localizados na Groenlândia, África, Península de Kamchatka, na Rússia e em outras regiões afastadas.
O tipo de onda gerado durante a explosão tem frequência muito baixa, equiparada àquelas produzidas por terremotos e compreendidas entre 20 e 0.01 Hertz. Essas ondas não podem ser percebidas pelos seres humanos, que ouvem entre 15 Hertz e 15 mil Hertz, mas podem ser ouvidas por elefantes e baleias ou instrumentos adequados.
O CTBTO possui uma matriz de 60 detectores de infrassons que a ajudam os cientistas a determinarem o tamanho e localização das explosões atômicas na atmosfera. Essas explosões possuem padrões sonoros bastante diferentes daqueles produzidos pelos meteoros.
Força, Tamanho e Velocidade
Após a explosão do meteoro muitos números foram divulgados, mas na medida em que os dados científicos foram sendo apresentados, novos valores sobre a magnitude da explosão foram estimados e as estações do CTBTO tiveram papel crucial nessas investigações.
Analisando os dados das estações de infrassons, os cientistas puderam calcular que o bólido liberou cerca de 500 kilotons de TNT de energia, o equivalente a 25 vezes a força da bomba atômica que foi lançada sobre Hiroxima em 1945.
Além da energia cinética, a massa e velocidade do objeto também pode ser determinada com maior precisão e os últimos números mostram que o meteoro entrou na atmosfera da Terra a 60 mi km/h. No momento da entrada, a rocha tinha aproximadamente 17 metros de diâmetro e massa de 10 mil toneladas no momento da explosão.
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Cientistas da Universidade Federal dos Urais apresentaram no domingo (17/fev) os primeiros fragmentos do meteorito que atingiu a cidade de Chelyabinsk, no sul dos Montes Urais, na Rússia.
De acordo com o porta-voz da universidade, Viktor Grohovsky, os fragmentos foram encontrados ao redor do lago Chebarkul, na região de Tcheliabinsk. Segundo Grohovsky, as primeiras análises revelam que os fragmentos apresentam cerca de 10% de ferro em sua composição.
Artes: No topo, registro de infrassons produzido pela explosão do meteoro e registrado pelo laboratório de Infrassons da Universidade do Havaí. Na sequência, matriz de estações do CTBTO e respectiva triangulação para determinação do local de origem dos infrassons. Acima, fragmentos do meteoro russo encontrados ao redor do lago Chebarkul, em Tcheliabinsk. Créditos: Universidade do Havaí/Infrasound Hunter, CTBTO, Universidade Federal dos Urais, Apolo11.com.
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