Interessante: números revelam que indústria fonográfica americana continua despencando, mas o vinil está mais em alta do que nunca
Os altos executivos das gravadoras já estão acostumados. A cada seis meses, quando saem os novos relatórios de vendas da Nielsen, empresa especializada em contabilizar estatísticas da Indústria Fonográfica dos EUA, eles sabem que quase seguramente lerão números piores do que os do levantamento anterior.
Em franco declínio desde o início do milênio após a revolução digital, obusiness dos discos encolhe quase sistematicamente, com poucas exceções, diante da opção de muita gente por outras formas de consumir música, que em muitos casos significa simplesmente não pagar nada em troca do benefício.
Existem muitos dados para ilustrar a decadência, como por exemplo o fato de que, em 2000, os americanos compraram 730 milhões de CDs, enquanto uma década depois, sairiam das prateleiras menos de um terço, 239,9 milhões.
Nem os álbuns digitais escapam
Os dados presentes no último relatório, que abrange a comercialização no período entre 30 de dezembro de 2013 e 29 de junho de 2014, mantêm a saga desoladora.
O “número total de álbuns vendidos”, conceito que atualmente inclui não só os produtos propriamente físicos, mas também os donwloads estreamings legais, foi de 227,1 milhões, 14,9% menor que os 235 milhões do que o primeiro semestre de 2013. Foram registradas também quedas nos índices de comercialização de CDs (19,6% a menos, parando em 62,9 milhões) e até no de álbuns digitais (11,6% a menos, ficando nos 53,8 milhões)
Ressurgimento do vinil
Entretanto, nem todas as cifras do estudo são negativas.
Particularmente o setor da produção de discos de vinil vive, na verdade, um ressurgimento espetacular. Foram vendidos, no primeiro semestre deste ano, 4 milhões de LPs, contra 2,9 milhões do mesmo período de 2013.
Claro que, em proporção ao bolo total do mercado, o produto que a indústria dera como morto na década de 1990 só representa 1,76%, mas não se pode ignorar o seu aumento anual, de nada menos que de 40,4 %.
As razões para a retomada vão desde a qualidade de som – que os adeptos classificam como mais encorpada e “quente” que no CD ou no MP3 – às possibilidades oferecidas por um encarte bem maior.
Para quem ama não só o formato das apreciadas “bolachas”, mas também o bom e velho rock, vale ressaltar que o gênero é o predileto dessa nova geração de compradores: Jack White, Arctic Monkeys e Beck foram, nesta ordem, os reis do LP até o meio de 2014.
O vinil não foi o único destaque favorável do estudo. Os streamings de áudio e vídeo “sob encomenda”, ou seja, usufruíveis pelo pagante, mas que não envolvem descargas, cresceu ótimos 42% (de 49,515 milhões passou a 70,295 milhões).
Confiram o relatórios completos da Nielsen aqui.
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