Ação da Petrobras vira ‘consenso’, mas risco aumenta


As ações da Petrobras estão batendo o índice Bovespa este mês de goleada.
Aécio Neves
Em julho até agora, Petrobras sobe 22%, enquanto o Ibovespa sobe 9%. O rali tem nome e sobrenome: Aécio Neves.
De acordo com um grande banco, muitos gestores de fundos de ações — que só recebem taxa de performance se derem um retorno maior que o índice em seus fundos — estão ‘correndo atrás do prejuizo’ e comprando ações da Petrobras, com medo de que o contínuo avanço da oposição nas pesquisas leve o papel a subir ainda mais.
No mercado, os grandes gestores do Rio são vistos como ainda mais confiantes numa vitória da oposição do que os de São Paulo, e estão aumentando a aposta.
Um deles, Dorio Ferman, do Opportunity, já havia explicado sua aposta em Petrobras aqui em abril, antes mesmo das pesquisas colocarem a reeleição da Presidente Dilma em dúvida.
Investidores estrangeiros também tem feito apostas em Petrobras para não perder o ‘rali Aécio’.
“Os gringos estão traumatizados porque perderam o rali da India e da Indonésia, que foram ralis eleitorais recentes, e estão tentando evitar repetir o erro,” diz um operador de mercado. Tanto na India quanto na Indonésia, a oposição venceu a situação.
Geralmente, os gestores tentam comprar barato e depois vendem as ações aos poucos, na medida em que o preço sobe. Mas, no relato de um corretor, o que está acontecendo com Petrobras é o oposto. “Tem muito investidor aumentando o lote quanto mais o papel sobe.”
Nos últimos dias, as negociações com opções de Petrobras aumentaram muito, e os compradores de calls (opções que apostam na alta do papel) estão aceitando pagar prêmios caríssimos, demonstrando um nível de convicção incomum.
Na sexta-feira, por exemplo, uma opção que dá ao seu detentor o direito de comprar as ações da Petrobras a 25,16 reais (o chamado “strike”) em dezembro negociou 5 milhões de contratos a 1 real cada. Esse investidor só ganhará dinheiro se a ação subir pelo menos 25% a partir dos níveis atuais.
“Até fundos que nunca operam com opções estão comprando,” diz outro corretor.
A volatilidade das opções da Petrobras — uma medida da variação do preço — subiu de 35 para 55 nos últimos dois meses.
Obviamente, o fato de que o mercado migrou para Petrobras em massa aumenta muito o risco para todos os comprados. Qualquer mudança nas pesquisas que favoreça Dilma ou qualquer manchete negativa sobre a empresa pode potencializar o movimento de queda no papel.
Ainda assim, a Petrobras provavelmente continua sendo o ativo mais assimétrico na Bolsa, aquele em que o potencial de ganho supera mais o potencial de perda dependendo do resultado da eleição.
Como regra geral, os investidores estimam que a ação PN — hoje em 21 reais — possa ir para 30-40 reais se o PSDB ganhar a eleição; se Dilma se reeleger, a ação poderia voltar para 12-15 reais.
Por Geraldo Samor

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