19/05/2015
às 8:15Levy e Dilma durante assinatura do novo contrato de concessão da ponte Rio-Niterói
Todos vimos ontem a presidente Dilma Rousseff ao lado do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Ela não estava magra, o que poderia ser motivo para ela própria celebrar, já que decidiu fazer uma dieta. Ela estava abatida.
Aquilo, notou minha mulher, é cara de fome. Fome de algum sossego. Que ela não terá. Até sexta-feira, o governo decide o corte no Orçamento, que pode chegar perto de R$ 80 bilhões.
E vai ter de chegar à carne — inclusive à carne das promessas eleitorais.
Já está certo que obras do PAC e o Minha Casa Minha Vida entrarão no facão.
Dilma não tem saída.
Entre outras razões porque é obrigada a enfrentar a herança maldita deixada por… Dilma.
O governo enfrenta também perda de arrecadação.
E aí será preciso dar um jeito de aumentar as receitas.
Levy quer arrancar mais dinheiro de ao menos três tributos: elevar a arrecadação do PIS-Cofins, com o fim dos regimes especiais; elevar a alíquota da Contribuição Sobre Lucro Líquido (CSLL) cobrada dos bancos e aumentar o IOF.
E isso quer dizer aprofundar um tantinho mais a recessão.
Ao mesmo tempo em que tal cenário difícil se avizinha, Dilma enfrenta pressão de parlamentares, muito especialmente dos de seu partido, para afrouxar o cinto.
Acham exagerado, por exemplo, o superávit primário de 1,2% do PIB, como quer Levy, e propõem que o governo o deixe, assim, por 0,7%.
A tese começou a ganhar adeptos também no PMDB.
Nessa hora, claro!, Dilma poderia contar com a ajuda de seu padrinho político, de seu criador: Lula.
Mas quê… O homem é um dos sabotadores do seu governo e já a aconselhou, entre outras delicadezas, a não vetar o texto que, na prática, extingue o fator previdenciário.
Ela está disposta a não ouvi-lo.
Aquela cara de Dilma é a cara da melancolia.
Tags: Dilma, Joaquim Levy
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