Tire todas as suas dúvidas sobre a água tônica
Bebida caracterizada pelo gosto amargo, a água tônica parece se encaixar em uma categoria diferente da dos demais refrigerantes.
Primeiro porque parece quase não ter açúcar, segundo porque leva a palavra ?água? em seu nome.
Só isso já foi o bastante para que inúmeros mitos sobre ela surgissem, incluindo desde receita contra ressaca até alternativa para evitar enjoos.
Para desvendar essas e outras crenças, conversarmos com uma equipe de especialistas que derrubou crença por crença.
Confira abaixo.
Não previne cãibras: No passado, cãibras eram tratadas com quinina, substância que dá o gosto amargo da água tônica.
Após relatos de efeitos adversos do uso de drogas contendo quinina, entretanto, a Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano regulador de alimentos e medicamentos, retirou do mercado drogas não aprovadas com esse componente.
"Assim, o uso da substância para prevenção de cãibras musculares ainda não foi aprovado", afirma a nutricionista Tatiana Branco Barroso, da Nutri Action Assessoria e Consultoria Nutricional.
Mas fique tranquilo, a quantidade de quinina presente na água tônica é extremamente baixa e, portanto, está longe de ser considerada uma ameaça à saúde.
Bomba de açúcar: Para muitas pessoas, o gosto amargo da água tônica indica baixa concentração de açúcar, tornando o refrigerante a melhor opção para um paciente de diabetes. Erro grave.
"Como qualquer outro refrigerante tradicional, a água tônica é rica em açúcar e, portanto, deve ter sua ingestão controlada se há restrição aos níveis de glicose no sangue", afirma a nutricionista Cátia Medeiros, da clínica Atual Nutrição.
Uma latinha da bebida tem quase 10 colheres de chá de açúcar ou 150 calorias, sendo que o consumo de açúcar em uma dieta de 2 mil calorias deve se restringir a 200 calorias por dia.
Paliativo contra a ressaca: De acordo com o nutrólogo José Alves Lara Neto, da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), a ideia de que a água tônica cura a ressaca não passa de mito. "Culturamente, acreditamos que tudo que é amargo é veneno ou bom para o fígado", explica o especialista.
A sensação de bem-estar que sentimos ao beber água tônica em uma situação como essa também é decorrente da reposição de açúcar no sangue, já que o excesso de álcool leva à hipoglicemia.
Mas até isso é passageiro. "O açúcar do refrigerante é rapidamente absorvido, o que provoca rapidamente outra queda da taxa de glicose no sangue". Assim, o ideal é fazer uma alimentação leve e beber bastante água.
Inútil contra a cinetose: A cinetose é um tipo de enjoo, decorrente do movimento que vivenciamos dentro do carro ou do ônibus, por exemplo.
Para evitar o mal estar, surgiram as mais variadas estratégias e uma delas era beber água tônica antes de passeios ou viagens.
Mas, segundo a nutricionista Tatiana, isso pode até piorar o quadro. "O gosto amargo retarda o esvaziamento gástrico e isso pode favorecer a náusea", explica.
Vilão para os ossos: "Não só a água tônica, mas todos os refrigerantes reduzem a absorção de cálcio pelos ossos", afirma a nutricionista Cátia. Segundo ela, isso acontece porque essas bebidas gaseificadas têm fósforo, que compete com o cálcio, atrapalhando o processo.
Entretanto, a nutricionista Tatiana levanta a hipótese de que pessoas que sofrem de problemas decorrentes da falta de cálcio no organismo não consomem alimentos fontes desse nutriente na quantidade recomendada.
"O ideal é consumir de duas a três porções de laticínios diariamente".
Hidratação limitada: Apesar do nome, a água tônica não é uma boa opção para quem deseja se hidratar. "A melhor maneira de hidratar o corpo é tomando água ou isotônicos que, além da água, repõem os minerais perdidos no suor", recomenda o nutrólogo José.
Refrigerantes, em geral, são ricos em sódio, açúcar e outros componentes que podem atrapalhar a absorção de água pelas células e que ainda podem ser prejudiciais à dieta.
Perigo para gestantes: A quinina, presente na água tônica, pode não ser prejudicial para um indivíduo qualquer, mas o mesmo não pode ser dito quanto a gestantes.
"Não há uma quantia segura para a grávida ou o bebê e, por isso, esse refrigerante deve ser evitado pela mulher durante este período", explica a nutricionista Tatiana.
Na verdade, refrigerantes, em geral, deveriam ficar de fora da dieta da grávida, já que apresentam corantes e diversas outras substâncias que podem ser uma ameaça à grávida.
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