A nova insulina Toujeo, uma lapiseira injetora e leitores de glicemia são alguns dos novos produtos lançados este ano pelo grupo farmacêutico Sanofi junto a uma gama de soluções tecnológicas para o tratamento da diabetes.
Para a Sanofi, o tratamento da diabetes representa mais de 20% de suas vendas.
O grupo está preparando a troca de seu produto estrela: a insulina Lantus, cujas patentes estão por expirar em 2015 (desde fevereiro, nos Estados Unidos; em maio, na Europa), o que teria como consequência a possível chegada de "biossimilares" ao mercado.
O grupo teve também que aceitar a diminuição nos preços do Lantus nos Estados Unidos.
As vendas do Lantus alcançaram 6,3 bilhões de euros em 2014, tornando o medicamento o mais importante da Sanofi, levando em conta que a cifra de negócios do grupo é de 33,8 bilhões.o produto é fabricado em Frankfurt, que abriga o centro mundial de pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos contra a diabetes da Sanofi.
O grupo investiu 1,3 bilhão de euros nos últimos quinze anos no local, batizado "Insulin City" (Cidade insulina), dos quais 250 milhões de euros foram destinados a novas unidades de produção de princípios ativos e 150 milhões de euros se empregam nas linhas de fabricação de dispositivos técnicos, como as lapiseiras injetoras, informou Jochen Maas, responsável pelas atividades de inovação, durante encontro com a imprensa.
Além do Lantus, o centro de produção lançou a Toujeo, uma forma mais concentrada de insulina que obteve recentemente a aprovação das autoridades americanas e europeias.
A Toujeo foi lançada há 3 meses nos Estados Unidos e acaba de ser colocada a disposição do mercado alemão.
Nos Estados Unidos, "os primeiros usos foram extremadamente promissores, as respostas recebidas de médicos e pacientes são extremadamente positivas", declarou à AFP Pierre Chancel, responsável mundial da divisão de diabetes.
"É claramente um lançamento importante", confirma Marc-Antoine Lucchini, diretor da Sanofi na França.
"Há uma necessidade médica e este produto vai atender a ela", estima.
Paralelamente aos novos tratamentos, a Sanofi quer desenvolver "uma abordagem global", enfatiza Chancel.
"O paciente diabético deve ser informado, instruído" graças a "uma carteira de suporte, serviços para ajudar a gerenciar melhor a doença".
A diabetes requer "uma resposta cada vez mais diversificada, complementar entre uma oferta terapêutica, soluções integradas e uma oferta tecnológica", afirma Marc-Antoine Lucchini.
No aspecto terapêutico, a Sanofi acaba de lançar nos Estados Unidos uma insulina para inalação chamada Afrezza, que pode ser uma alternativa para injeções.
Outras soluções promissoras, como a terapia de células para restaurar a produção de insulina ou o desenvolvimento de um "pâncreas artificial", estão ainda a ser investigadas. Jochen Maas projeta sua chegada "até 2025".
No campo tecnológico, o grupo tem focado em produtos como a caneta injetora de insulina para as crianças, leitores de glicemia que podem ser conectados, ou um aplicativo para smartphones que alerta sobre os níveis de açúcar no sangue.
A Sanofi também está envolvida no programa Diabeo de telemedicina para monitorar a distância 700 pacientes na França.A diabetes é reconhecida como "uma epidemia mundial", ressalta Agnès Magnen, diretora da Diabetes França.
Mais de 350 milhões de pessoas sofrem com a doença no mundo, e segundo as previsões, espera-se que o número chegue aos 592 milhões em 2035, acrescentou.
A divisão de diabetes é "estratégica para a Sanofi", resumiu Pierre Chancel.
O grupo está igualmente "muito presente" nos mercados emergentes, onde a doença avança rapidamente, e pretende "continuar se desenvolvendo", segundo Chancel.
Até o momento, nenhum "biossimilar" do Lantus chegou ao mercado.
No início de 2014, a Sanofi entrou com uma ação judicial contra a americana Eli Lilly, a quem acusou de ter violado várias de suas patentes.
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