Militar é intimado por posts que incitam as Forças Armadas e pode pegar até quatro anos de cadeia
Rio - Levantar cartazes e publicar mensagens nas redes sociais que incitem a intervenção militar pode levar a até quatro anos de prisão.
Líder de protestos que pedem a volta da ditadura, o capitão da reserva da Marinha, Sergio Luiz Zorowich, foi intimado a prestar depoimento à Polícia Federal de Santos (SP) sobre o conteúdo que publica em sua página no Facebook, onde defende o regime de exceção.
Ele será ouvido amanhã pelos policiais.
O militar disse ao DIA que teve acesso, de “forma obtusa”, ao conteúdo do inquérito.
“O texto é ridículo,diz que eu criei um governo paralelo, que deixei os quartéis em estado de alerta e causei conturbação”, ridiculariza o oficial.
Procurada, a Polícia Federal não se posicionou sobre o caso.
Entre militares, Zorowich é visto como integrante de uma minoria que defende o retorno da ditadura e que não ameaça a democracia no país.
O Exército Brasileiro, a quem os entusiastas do regime militar recorrem durante manifestações, diz que não reconhece este tipo de posicionamento.
"Não há qualquer fundamentação para uma intervenção militar na história recente do País, não cabendo ao Exército interferir na vida política vigente”, informou, por meio de nota.
Já a Marinha diz que não tem conhecimento do conteúdo do inquérito da Polícia Federal e alega que cabe à ela a prevenção e repressão de crimes contra a segurança nacional.
Por meio de sua assessoria de imprensa, afirma, ainda, não conhecer a existência de grupos que ameacem a democracia e descarta a possibilidade de indivíduos virem a influenciar outros militares.
Zorowich quer ‘dizimar a corja do PT’
Sérgio Zorowich diz ser vítima de tentativa de atingir sua credibilidade.
Em seu perfil no Facebook, onde é seguido por milhares de pessoas, ele faz críticas à Petrobras e aos governos Lula e Dilma.
Uma das mensagens compartilhada mostra a imagem de homens armados e a mensagem “Dizimaremos a corja comunista do PT”.
Outra exibe a foto de uma mulher armada acompanhada da frase “O jeito é sentar o dedo”.
Há também publicações que ligam a presidenta a grupos como o PCC e o Estado Islâmico.
Em uma de suas postagens, dia 31 de dezembro, o militar simula sua posse como presidente da República e lista as medidas que tomaria ao assumir o “poder provisório, interino e paralelo”.
Entre elas estão a privatização e venda de todas as estatais do país e a intervenção no Congresso. O texto foi compartilhado por 393 pessoas.
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