Os integrantes da Marcha Pela Liberdade apresentaram nesta quarta-feira à Câmara dos Deputados um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O documento de aproximadamente 3.000 páginas foi entregue ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O texto acusa a presidente de crime de responsabilidade por não ter punido subordinados envolvidos em corrupção.
O documento entregue nesta quarta-feira cita a negligência de Dilma Rousseff diante de quatro ilegalidades praticadas em seu governo: os desvios na Petrobras, as "pedaladas fiscais", a manobra para evitar o descumprimento do superávit em 2014 e o desvio de função no BNDES, que financiou 20 obras no exterior.
O pedido cita o jurista Ives Gandra Martins, que defende a abertura do processo de impeachment por causa da omissão de Dilma.
O grupo que participou da marcha saiu de São Paulo em 24 de abril com pouco mais de 20 pessoas e caminhou cerca de 1.000 quilômetros até a capital federal.
A marcha foi organizada pelo Movimento Brasil Livre, que também havia ajudado a organizar os protestos de 15 de março e 12 de abril em todo o país.
Em Brasília, o grupo teve a companhia de centenas de manifestantes contra o governo.
Depois de caminharem até o gramado em frente ao Congresso, eles estenderam duas bandeiras de aproximadamente 70 metros de comprimento com a palavra impeachment, soltaram balões verdes e amarelos e gritaram palavras de ordem contra o PT e o governo.
Cerca de quinze parlamentares de oposição foram até a rampa do Congresso para demonstrar apoio aos manifestantes.
Entre eles, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), e o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP).
Os únicos que caminharam até a multidão foram Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP).
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) que vem sendo criticado por sua postura cautelosa a respeito do impeachment, não apareceu.
Na reunião com os manifestantes, Eduardo Cunha assegurou que o pedido será analisado à luz do direito.
"Por ser um pedido com argumentos jurídicos consistentes, o presidente disse que vai ter de se debruçar sobre esse pedido de impeachment", disse Carlos Sampaio.
"O jogo continua e agora é colocar pressão, porque esse pedido tem que ser votado", afirmou o idealizador da marcha, Renan Santos, após a reunião com o presidente da Câmara.
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