De acordo com um estudo, a espirometria -- o teste de sopro -- falha na detecção de 55% dos casos de doença pulmonar obstrutiva crônica
O
diagnóstico precoce e o tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica - uma
condição incurável - podem retardar a deterioração dos pulmões e melhorar a
qualidade de vida do paciente(Thinkstock/VEJA)
Mais
da metade das pessoas consideradas saudáveis por testes de função pulmonar são
diagnosticadas com problemas respiratórios quando examinadas por ferramentas
mais precisas.
É o que diz um estudo publicado na revista científica JAMA
Internal Medicine, realizado por pesquisadores do National Jewish Health, o
principal hospital de doenças respiratórias dos Estados Unidos.
Os
pesquisadores avaliaram 8.872 pessoas entre 45 e 80 anos que fumaram, pelo
menos, um pacote de cigarro por dia durante 10 anos.
Metade dos participantes
foi considerada saudável e livre de doenças respiratórias por um teste de
função pulmonar.
James
Crapo, principal autor do estudo e pesquisador do National Jewish Health,
afirma que o impacto do fumo crônico nos pulmões e nos indivíduos é
substancialmente subestimado em testes de função pulmonar.
Quando os
pesquisadores consideraram outros tipos de exames como deficiências na função
física, análise de sintomas respiratórios, tomografias, uso de medicamentos
respiratórios e de qualidade específica da respiração, eles descobriram que 55%
dos participantes do estudo que foram considerados "livres de doença"
tinham alguma forma de problema respiratório.
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"Os
fumantes que têm testes de função pulmonar considerados normais frequentemente
são diagnosticados com doenças respiratórias, incluindo os primeiros estágios
da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) quando analisados por outros
exames", explica Elizabeth Regan, um das autoras do estudo e professora de
medicina no National Jewish Health.
A DPOC é uma condição progressiva na qual
as paredes das vias aéreas engrossam e se tornam cheias de cicatrizes e
estreitas, causando falta de ar, tosse e catarro.
De
acordo com os autores, a detecção precoce da DPOC seguida do início do
tratamento podem melhorar os sintomas, as habilidades funcionais e a qualidade
de vida do paciente.
Eles esperam que estes resultados incentivem os fumantes a
se submeterem a exames mais específicos, como a tomografia de pulmão, com mais
frequência.
(Da
redação)
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