Uma nova
pesquisa mostra que todos as pessoas não-africanas de hoje podem traçar suas
origens a uma única onda migratória que deixou a África 72.000 anos atrás.
Além
disso, a pesquisa mostra que os australianos e papuas indígenas descendem
diretamente dos primeiros povos a habitar o continente cerca de 50.000 anos
atrás. Isso os torna a mais duradoura civilização ainda existente no mundo.
A análise
genética e cultural de 83 aborígenes australianos e 25 papuas de Papua-Nova
Guiné mostra um retrato convincente de como e quando os primeiros seres humanos
se espalharam ao redor do globo.
O novo estudo, publicado na revista Nature,
sugere que houve apenas uma onda de seres humanos para fora da África, e esses
primeiros migrantes deram origem a todos os seres humanos contemporâneos
não-africanos, incluindo os australianos.
“Nossos resultados sugerem que, em vez
de ter deixado em uma onda separada, a maioria dos genomas de papuásios e
aborígenes australianos podem ser rastreados de volta a um único evento “Para
Fora da Africa” que levou a populações modernas em todo o mundo”, observa
Manjinder Sandhu, autor sênior do Instituto Sanger e da Universidade de
Cambridge.
“Podem ter havido outras migrações, mas as evidências apontam até
agora para apenas um evento de saída”.
O rastreamento genético sugere que este
impulso migratório inicial para fora da África aconteceu por volta de 72.000
anos atrás.
Os ancestrais dos indígenas australianos e papuas se dividiram
deste grupo pioneiro em torno de 58.000 anos atrás, continuando a fazer sua
viagem para o oriente.
(Em comparação, os grupos ancestrais europeus e
asiáticos divergiram em torno de 42.000 anos atrás.)
Cerca de 8.000 anos mais
tarde, eles chegaram ao “Sahul” – o supercontinente pré-histórico que ligava a
Austrália, Nova Guiné e a Tasmânia. A elevação dos mares os separou do resto do
mundo cerca de 10.000 anos atrás, e eles estiveram lá desde então.
Isto significa que os indígenas
australianos são a mais longa civilização ainda existente no mundo, uma
reivindicação de longa data que agora, finalmente, foi provada.
“Este estudo
confirma as nossas crenças de que temos conexões ancestrais com as nossas
terras e estivemos aqui há muito mais tempo do que qualquer outra pessoa”,
proclamou Aubrey Lynch, um ancião aborígene australiano em um artigo no jornal
inglês The Guardian.
Nova espécie?
Curiosamente, os autores do novo estudo
descobriram evidências genéticas que apontam para a existência de uma espécie
humana desconhecida que procriou com os humanos anatomicamente modernos
conforme eles migraram através da África.
“Nós não sabemos quem eram essas
pessoas, mas eles eram um parente distante dos Denisovanos, e os papuas e
ancestrais australianos provavelmente encontraram-nos perto de Sahul”, diz Eske
Willerslev, professor da faculdade de St John e da Universidade de Cambridge.
A
continuação dos trabalhos em genética e arqueologia pode revelar mais sobre
esses seres humanos misteriosos no futuro.
Finalmente, os pesquisadores
apresentaram novas perspectivas sobre como a cultura e a civilização aborígene
se desenvolveram, levantando a possibilidade de que uma migração interna
misteriosa aconteceu cerca de 4.000 anos atrás.
Isso explicaria a presença das
línguas mais jovens e o surgimento de novas tecnologias com pedras no registro
arqueológico. [Gizmodo]
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