O Exército Brasileiro (EB)
está se preparando para reativar sua aviação de asas fixas, capacidade
perdida em 1941 com a criação do Ministério da Aeronáutica e a Força Aérea
Brasileira (FAB), e a transferência para a nova força de todo o material aéreo.
O Projeto 32 ou a expansão das
instalações do Comando de Aviação do Exército, localizado em Taubaté (SP), foi
implementado observando também os requerimentos colocados pelo EB para um
bimotor de transporte para cargas e pessoal (dotado de porta rampa), e capaz de
voar nas imensidões amazônicas da região norte.
Um C-23B
Sherpa passa por serviços de manutenção nas instalações da M7 Aerospace em San
Antonio, Texas. (Imagem: US Army)
O C-23B Sherpa da Guarda Nacional
difere dos empregados pela United States Air Force (USAF) pelas janelas nos
dois lados da fuselagem, e pelos motores, dois Pratt & Whitney Canada PT6A65AR
com 1.425 HP
Este certamente é o ponto de maior
interesse dos militares brasileiros, pois esse grupo propulsor possui uma longa
e confiável tradição em serviço militar no Brasil, e existe um bem montado parque
MRO preparado para apoiá-lo com custos atraentes.
O C-23B Sherpa pode transportar 30
soldados equipados, com tripulação formada por dois pilotos e mestre de
carga/mecânico de voo, dependendo da missão.
O alcance máximo é de 1.240 Km,
com velocidade média de quase 400 km/h (cruzeiro).
Dentre os remanescentes de uma frota
declarada de 43 exemplares, existem pelo menos duas dezenas estocados no Aerospace
Maintenance and Regeneration Group em Tucson, no Arizona.
O Fator M7 Aerospace e os contratos
do C-23B Sherpa
O C-23B
Sherpa emprega motores PT-6, conhecidos pelos militares brasileiros, e possui
cauda dupla com porta rampa de carga que permite ao mesmo transportar inclusive
turbinas de helicópteros da Aviação do Exército. (Imagem: US Army)
O Aeroporto Internacional de San
Antônio é a base da M7 Aerospace, subsidiária da israelense Elbit Systems nos
Estados Unidos, e local da visita do general-de-exército Theófilo Gaspar de
Oliveira e do coronel-QMB Washington Rocha Triani.
A M7 Aerospace presta serviços de
manutenção, reparos, manufatura de aeroestruturas, serviços de suporte
logísticos governamentais, apoio e suporte/gerenciamento de cadeias de
suprimentos/aquisições, etc.
Dentre outros contratos sob sua
responsabilidade, está o trabalho de reconstrução e upgrade dos Grumman C-1A
Trader adquiridos pela Marinha do Brasil para futuramente serem operados no NAe
São Paulo (A-12) empregando motores turboprop Honeywell TPE331.
No caso dos C-23B do US Army, a M7
Aerospace venceu, no final de 2011, contrato de mantenimento (ciclo de vida) da
frota de Sherpa que acabou desativada três anos depois.
Este contrato, de US$
27,7 milhões, tinha previsão de cumprimento até o final de 2014.
A M7 possui acordo com a
distribuidora exclusiva de partes e componentes de aeronaves Shorts 330, da
qual o Sherpa é derivado, e garante disponibilidade e suporte customizado com
custos reduzidos de entrega para usuários do C-23B que adquirirem esses
serviços, peças e componentes em San Antônio.
Roberto Caiafa
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