Hoje, a Venezuela não cumpriu os requisitos que tinha de cumprir para ser um membro ativo do Mercosul. Se até o dia 1º de dezembro não os cumprir, deixará de pertencer ao Mercosul — frisou o chefe de Estado argentino. — Sinto que o governo de Maduro radicaliza suas posições, em vez de gerar uma abertura ao diálogo. Não tenho certeza como vai evoluir o assunto.
O recentemente empossado presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, também destacou esta semana a necessidade de reforçar a pressão sobre a Venezuela.
Macri disse não ter feito, ainda, uma proposta a seus sócios do Mercosul sobre como resolver a situação do país, mas deixou claro que sua posição é reforçar as exigências e, caso o governo Maduro não as cumpra, avançar em direção ao afastamento do país do bloco.
Na minha opinião, o ingresso da Venezuela não acrescentou nada positivo ao Mercosul. O Mercosul seguiria adiante de uma forma mais fácil sem a Venezuela de hoje — enfatizou o presidente argentino.
Na última segunda-feira, Macri e Maduro estiveram juntos na cidade colombiana de Cartagena, onde foi assinado o acordo de paz entre o governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Mas ambos, comentou o presidente argentino, não se falaram.
Macri defensor de que Maduro dê sinal verde à realização de um referendo revogatório ainda este ano, sobre a permanência de Maduro no poder.
A oposição venezuelana tem pressionado nas ruas, mas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou recentemente que a iniciativa só poderia ser realizada em 2017.
Assim, uma eventual derrota do presidente significaria, apenas, a transferência do poder para seu vice, Aristóbulo Isturiz.
O povo venezuelano tem direito a expressar-se, sobretudo diante da violação sistemática dos direitos humanos cometida pelo governo Maduro. Ainda não vejo isso como parte da agenda no Mercosul. Vamos ver no dia 3 de outubro, quando falaremos com o presidente Temer sobre o assunto — disse Macri.
O presidente lembrou, ainda, que na época da ditadura na Argentina (1976-1983), um dos países mais abertos a receber exilados argentinos foi a Venezuela.
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