JBS ► JUSTIÇA BLOQUEIA R$ 800 MI DE JOESLEY POR VENDA DE DÓLARES.


Justiça bloqueia R$ 800 mi de Joesley por venda de dólares

Decisão foi tomada em caráter liminar por juiz da 5ª Vara Federal Cível de São Paulo

Por Eduardo Gonçalves 1 jun 2017

Joesley Batista - 10/06/2013 (Eliária Andrade/Agência o Globo)

A Justiça Federal de São Paulo determinou por meio de liminar o bloqueio de 800 milhões de reais das contas de Joesley Batista, dono do grupo J&F, que controla entre outras empresas a produtora de carnes JBS. 


O confisco do valor se refere ao suposto lucro obtido pela companhia com a compra e venda de dólares às vésperas da divulgação do explosivo conteúdo da delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que implicou sobretudo o presidente Michel Temer e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).


A decisão foi proferida pelo juiz Tiago Bitencourt de David, da 5ª Vara Federal Cível, em uma ação popular movida por dois cidadãos. 


Os advogados Hugo Fizler Chaves Neto e Cristiane Souza da Silva pediram à Justiça o bloqueio de 10 bilhões de reais das contas dos executivos da JBS, alegando que eles atuaram no mercado de ações com informações privilegiadas numa prática conhecida como insider trading.


Segundo os autores da ação, os irmãos Joesley e Wesley Batista anteviram que o mercado financeiro reagiria mal às revelações feitas por eles mesmos e, por isso, compraram 1 bilhão de dólares nos dias que antecederam a divulgação dos diálogos pelo jornal O Globo, no dia 17 de maio. 


Os advogados também relatam a venda de 327 milhões de reais em ações da JBS ao longo de seis dias durante o mês de abril, quando os executivos já negociavam a colaboração com a PGR.


"A compra de dólares na véspera do vazamento da delação premiada, por outro lado, nunca foi esclarecida e o fato tanto é verossímil que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) está apurando o ocorrido. Soma-se a isso, ainda, movimentos de venda e compra de ações da JBS antes e após a vinda a público da existência da colaboração e da conversa com o presidente da República", escreveu o magistrado, que viu na ação da empresa "algum risco ao erário e à ordem econômica".

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