Publicado em 20 de nov de 2018
Estamos em meio a uma turbulenta, implacável e bastante preocupante ofensiva para a recuperação do território americano como base hemisférica dos interesses estadunidenses, ao mesmo tempo em que entramos na perigosa fase de uma iminente agressão contra a Venezuela, que poderia utilizar os migrantes como reféns.
Várias situações paralelas dão sinais claros que justificam a preocupação, como a militarização do tema migratório, a manipulação de uma questão socioeconômica para transformá-la em questão de segurança regional, as ameaças militares da porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, a turnê latina do chefe do Pentágono, James Mattis, e a reunião de Kurt Tidd, chefe do Comando Sul estadunidense, com os comandantes dos exércitos sul-americanos na Argentina.
Há outros exemplos.
O caso dos exercícios militares do exército brasileiro próximos à fronteira com a Venezuela, com Temer dizendo que o vizinho é uma “ameaça à harmonia regional”.
O chanceler colombiano assegurando na ONU (Organização das Nações Unidas) que o impacto migratório na saúde e na educação também é um problema de segurança para o seu país.
Os exercícios militares e as ameaças dos exercícios navais próximos à cidade de Cartagena, no litoral colombiano. As declarações do secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) Luis Almagro, pedindo mais e mais sanções contra a Venezuela.
As ameaças de corte das vendas petroleiras dos Estados Unidos à Venezuela. E por aí vai.
O argumento da mídia cartelizada é que a Venezuela é um estado falido, incapaz de atuar sobre seu próprio território, e que isso gera uma crise humanitária que desestabiliza a região, que só pode ser freada com uma intervenção humanitária.
Por isso, dizem, deve-se criar um canal humanitário, controlado do exterior, desconhecendo o Estado venezuelano. Não importa o que a Venezuela pode fazer por si mesma, e sim o que eles (os Estados Unidos e seus aliados) podem fazer sobre e contra a Venezuela.
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