Eurico
Teles anuncia demissão; coincidentemente no mesmo dia da operação da Polícia
Federal realizada na sede da empresa nesta manhã (10)
Na
noite desta terça-feira (10), o presidente do grupo Oi, Eurico Teles,
anunciou que está deixando o cargo de diretor presidente da operadora. A
retirada deve acontecer no dia 30 de janeiro de 2020. O anúncio foi feito no
mesmo dia em que Polícia Federal realizou
uma operação na sede da empresa, ainda pela manhã.
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A ação policial procurava informações sobre o caso do uso das firmas de
Fábio Luis, filho de Lula, e do empresário Jonas Suassuna para pagamento de
despesas pessoais. Aparentemente, os recursos vieram das operadoras de
telefonia Oi e Vivo.
A suspeita é que
repasses feitos pela Oi e outras em comum com Fábio Luis e Suassuna foram
realizados sem lógica econômica, com intuito apenas de beneficiar a família do
ex-presidente do Partido dos Trabalhadores. A principal evidência é que alguns
produtos e serviços da companhia telefônica não obtiveram retorno comercial
relevante, o que não condiz com as transações em dinheiro à Goal Discos, de
Suassana.
"Qual foi o benefício que teve essa companhia
por alguém? Eu desconheço. Estou aqui há 38 anos e vou te dizer o seguinte:
essa companhia é só pepino. É só pepino. Mas é isso mesmo. Gente, ela foi para
a recuperação judicial!", disse Teles negando que a empresa tenha sido
beneficiada pelo governo Lula.
A exoneração de Teles já estava preestabelecida,
assim como a data de saída. O potencial sucessor do profissional, o atual COO
da operadora, Rodrigo Modesto de Abreu, também negou qualquer envolvimento com
operações ligadas a parentes diretos do petista.
Ao se referir às operações apontadas pelo Ministério
Público, Abreu afirmou que elas foram benéficas para a companhia e prejuciais à
empresa. O grupo possui dívidas bilionárias no processo de fusão com a
Brasil Telecom e de participação da Portugal Telecom.
Apesar da companhia ter disponibilizado informações
solicitadas pelos investigadores, ela não soube informar qual foi o motivo da
ação policial na manhã de hoje.
Fonte: Folha de S. Paulo
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