Embaixador chinês se enrolou ao falar de presos torturados Foto: Reprodução
Apesar das imagens mostrarem
muçulmanos em situação vexatória, representante disse que local é "bonito"
Uma entrevista do embaixador
chinês no Reino Unido, Liu Xiaoming, ao canal britânico BBC, colocou o país
asiático em uma situação embaraçosa após imagens de drones da região de
Xinjiang, na China, mostrarem prisioneiros com a cabeça raspada, algemados,
vendados e sendo levados para trens. Ao tentar explicar o fato, o representante
diplomático “se enrolou” e tentou até fugir do assunto.
O vídeo, que já foi considerado
real por diversos serviços de inteligência de vários países ocidentais, surgiu
pela primeira vez nas redes sociais em outubro de 2019, mas voltou a aparecer
recentemente. Na gravação, é possível perceber diversos abusos dos direitos
humanos cometidos contra muçulmanos uigures e outras minorias que vivem em
território chinês.
Durante o programa, o
apresentador Andrew Marr questiona o motivo de prisioneiros aparecerem
algemados e com olhos vendados. Ao tentar justificar a situação, Xiaoming
gagueja, diz que não sabe de onde vinham as imagens, mas responde que Xinjiang
é um “lugar bonito” e que “às vezes você tem uma transferência de
prisioneiros”.
– Os uigures desfrutam de
coexistência pacífica e harmoniosa com outros grupos étnicos – alega o
embaixador.
Do país, porém, procedem
denúncias de que mais de um milhão de uigures turcos estão detidos em campos de
concentração, prisões e fábricas de trabalho forçado na China. Os presos
estariam sujeitos a disciplina de estilo militar, transformação de pensamento e
confissões forçadas. Eles são abusados, torturados, estuprados e até mortos.
Outros relatos de sobreviventes
apontam que há casos de eletrocutados, espancados repetidamente, e submetidos a
posições de estresse e injeções de substâncias desconhecidas. A agência
Associated Press chegou a informar no último mês que a China estaria realizando
uma ampla campanha de controle forçado de nascimentos e esterilização de
uigures e outras minorias, que especialistas descreveram como “genocídio
demográfico”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário