UMA NOVA GRIPE SUINA COM POTENCIAL PARA SE TORNAR UMA PANDEMIA COLOCA O BRASIL EM ALERTA.

Uma nova gripe suína com potencial para se tornar uma pandemia coloca o Brasil em alerta
Um porco nas ruas do bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, Brasil, 
em 25 de maio de 2019Lucas Landau / Reuters

 27 de julho de 2020

É uma variante do vírus influenza A H1N2, cujo primeiro caso foi registrado em um matadouro no Paraná e é transmitido de porcos para humanos.
Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (COI), no Rio de Janeiro, Brasil, permanecem alertas para o potencial pandêmico de uma nova variante da influenza A H1N2, transmitida de porcos para humanos, descoberta no estado do Paraná, sul desse país.
"Desde 2005, a variante da influenza A H1N2 foi encontrada outras 25 vezes. Mas essa que identificamos em uma amostra de Ibiporã, no Paraná, é diferente de todas as outras já descobertas no mundo ", disse ele em entrevista ao O Globo. Marilda Siqueira, virologista e diretora do COI, que faz parte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
No entanto, embora seja genomicamente diferente, ainda não se sabe "o que isso significa, se lhe der mais ou menos riscos"; portanto, "procuram outros casos possíveis" a serem estudados , destacou o especialista.
Siqueira explicou que o primeiro caso foi registrado em abril passado, em uma mulher de 22 anos que trabalhava em um matadouro em Ibiporã. O vírus "causou a ele um caso leve de gripe", disse o especialista, de quem ele se recuperou completamente.
"Esta variante do vírus H1N2 da influenza A tem um potencial pandêmico, mas isso não significa que causará uma pandemia ", enfatizou.
Dizendo que tem "potencial pandêmico", ele disse, é porque "os vírus da gripe são altamente contagiosos, e cada vez que um novo surge, causa preocupação, porque a população não tem imunidade contra ele ".
Ele explicou que teria o mesmo potencial que o vírus influenza da cepa G4, identificado na China; Mas, diferentemente deste, que dificilmente é transmitido aos seres humanos, o brasileiro já provou que pode alcançar pessoas, embora com dificuldades, e em particular transmitir de um humano para outro.
"Todas as evidências que temos é de que ele é transmitido com dificuldade do porco para os seres humanos e não é transmitido de uma pessoa para outra. Portanto, não é facilmente transmitido. Teria que sofrer mutações que dariam a capacidade não apenas de pular entre espécies, mas ser efetivamente transmissível em nossa espécie ", afirmou Siqueira.
Apesar de tudo, Siqueira ressalta que é necessário "manter uma vigilância intensa e constante, porque as pandemias do H1N1 e do coronavírus Sars-CoV-2 tornam mais do que óbvio como os vírus respiratórios podem ser devastadores. Portanto, eles devem ser detectados e contidos desde o início ".

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