12 de fevereiro de 2021
Em 3 de abril de 2018, véspera do julgamento do Habeas Corpus do ex-presidente Lula pelo
Supremo Tribunal Federal, o então comandante das Forças Armadas, general
Eduardo Villas Bôas, publicou em sua conta no Twitter: "Nessa situação que
vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está
pensando no bem do país e das gerações futuras e quem está preocupado apenas
com interesses pessoais?"
Depois, em entrevista à Folha
de S.Paulo, disque pretendia "intervir" caso o STF
concedesse o HC. "Temos a preocupação com a estabilidade, porque o
agravamento da situação depois cai no nosso colo. É melhor prevenir do que
remediar", disse.
Mais recentemente, o comandante do Exército
nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer revelou que as postagens foram
articuladas e "rascunhadas" em conjunto com o Alto Comando da
instituição.
As declarações fazem parte do livro
"General Villas Bôas: conversa com o comandante", recém-lançado pela
Editora FGV, a partir de depoimentos concedidos pelo general ao longo de cinco
dias entre agosto e setembro de 2019.
A entrevista, com mais de 13 horas de
duração, foi comandada pelo professor e pesquisador Celso de Castro. Vítima de
uma rara doença neuromotora de caráter degenerativo, Villas Bôas hoje respira
com ajuda de aparelho e se locomove sobre cadeira de rodas.
"O texto teve um 'rascunho' elaborado
pelo meu staff e pelos integrantes do Alto Comando residentes em Brasília. No
dia seguinte da expedição, remetemos para os comandantes militares de
área. Recebidas as sugestões, elaboramos o texto final, o que nos tomou todo
expediente, até por volta das 20h , momento que liberei para o CComSEx (Setor
de comunicação do Exército) para expedição", descreveu Villas Bôas.
A postagem gerou reação na época. O
então ministro do STF Celso de Mello disse que um comentário realizado por
"altíssima fonte" foi "claramente infringente do princípio da
separação de Poderes" e alertou contra "práticas estranhas e lesivas
à ortodoxia constitucional".
Em seu voto, o hoje ministro aposentado
afirmou que as declarações do general eram "claramente infringentes do
princípio da separação de poderes" e "que parecem prenunciar a
retomada, de todo inadmissível, de práticas estranhas (e lesivas) à ortodoxia
constitucional".
Celso votou pela concessão do HC, já que Lula
estava preso em cumprimento antecipada da pena a que foi condenado pelo
Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
"A nossa própria experiência histórica
revela-nos — e também nos adverte — que insurgências de natureza pretoriana, à
semelhança da ideia metafórica do ovo da serpente (República de Weimar),
descaracterizam a legitimidade do poder civil instituído e fragilizam as
instituições democráticas, ao mesmo tempo em que desrespeitam a autoridade
suprema da Constituição e das leis da República!", disse então.
Para o decano, já se distanciam no tempo
histórico "os dias sombrios que recaíram sobre o processo
democrático" no país. Naquele momento, "a vontade hegemônica dos
curadores do regime político então instaurado sufocou, de modo irresistível, o
exercício do poder civil". O ministro disse ainda que a experiência
do regime de exceção que vigorou no país entre 1964 e 1985 é "marcante advertência"
para esta e as próximas gerações.
"As intervenções pretorianas no domínio
político-institucional têm representado momentos de grave inflexão no processo
de desenvolvimento e de consolidação das liberdades fundamentais. Intervenções
castrenses, quando efetivadas e tornadas vitoriosas, tendem, na lógica do
regime supressor das liberdades que se lhes segue, a diminuir (quando não a
eliminar) o espaço institucional reservado ao dissenso, limitando, desse modo,
com danos irreversíveis ao sistema democrático, a possibilidade de livre
expansão da atividade política e do exercício pleno da cidadania."
Poucos tiveram a percepção de saber que na
época, isso estava acontecendo
O General Fernando Azevedo, hoje Ministro da Defesa, na época tbm ,
foi " Assessor especial " do
Ministro Toffoli, então presidente da corte
Todos com conhecimento não limitado, sabem que
Generais de 4 estrelas não se tornam assessores de absolutamente ninguém
kkkkkkk
Era literalmente um Interventor, veladamente
dentro do STF
Pouquíssimos brasileiros tinham ciência e
percepção disso. Milhares estavam realmente preocupados com a fraude das urnas
.
E já naquela época, eu fazia audios pelo WhatsApp, tranquilizando as pessoas a votarem
O Exército de Caxias não brinca com a Pátria
brasileira
Nunca.
Clique aqui para
ler o voto de Celso de Mello
HC 152.752
Nenhum comentário:
Postar um comentário