Os lagos Gippsland são uma rede de lagos, pântanos e lagoas no leste de Gippsland, Victoria, na Austrália, cobrindo uma área de cerca de 354 km quadrados, contando com cerca de 400 espécies nativas de flora e 300 espécie de fauna, sendo considerada uma área de preservação.
No verão de 2008, uma concentração anormal de Scintillans noctiluca, microrganismo capaz de produzir sua própria luminosidade tal qual um vagalume, de um incrível azul brilhante, dando a água do lago um efeito fluorescente. Enquanto durou, Phil Hart, fotógrafo e canoísta, se fartou de tirar fotos e nadar com os amigos nas águas tingidas de azul.
Um cadeia de eventos excepcionais, que começaram com incêndios naturais na seca do outono de 2006, causaram a explosão do microrganismo. No inverno que se seguiu, vieram chuvas torrenciais que inundaram a região e lavaram o solo, saturado de nitrogênio e outros nutrientes decorrentes do fogo. Eles foram parar dentro dos lagos Gippsland.
O verão chegou e encontrou os lagos com maior salinidade e com as águas mais ricas do que o normal. Quando começaram a se aquecer tomaram uma cor verde, indício da proliferação da alga Synechococcus.
Por sua vez, está virou comida da Noctiluca scintillans, capaz dessa bioluminescência de um tom azul neon.
Normalmente, sua concentração não é suficiente para gerar o impacto mostrado nas fotos. Mas a sequência de acontecimentos que transformou o verão da noctiluca em um grande banquete permitiu que ela se multiplicasse muito além do seu normal. O pico do fenômeno foi entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009. Quando a comida acabou, o microrganismo também se foi.
Abaixo o início da narrativa de Phil Hart, empolgante do começo ao fim.
Essa história começa com incêndios nas montanhas do estado de Victoria, Austrália, que começaram em 01 de dezembro de 2006. Mais de 70 hectares arderam provocados por tempestades de trovões e raios que abateu na região.
Foi um início precoce da temporada de incêndios após um outono especialmente sem chuvas precedido por vários anos de seca.
Os focos de fogo se localizavam em florestas montanhosas remotas e de difícil acesso que, misturadas com madeira dura e seca como ossos, tornava-os duríssimos de controlar. Os incêndios duraram 69 dias e foram se fundindo até formar o “Great Divide Complex” (algo como Grande Complexo Divisório) e cobrir uma área que superou fácil um milhão de hectares. (continua)
Artigo publicado originalmente em abril de 2015
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