O governo russo tem usado a tecnologia de reconhecimento facial para rastrear jornalistas em Moscou e outras grandes cidades. Esse tipo de vigilância é uma ameaça à liberdade de expressão e ao jornalismo. No Dia da Independência da Rússia, 12 de junho, Pyotr Ivanov, repórter da agência de notícias SOTA, foi preso ao entrar no metrô de Moscou. Ele não tinha mandados ou multas pendentes, não tinha antecedentes criminais e recentemente não havia participado de nenhum protesto. Os policiais nem sabiam por que o estavam detendo, apenas que ele havia sido sinalizado pelo Sfera, um sistema de reconhecimento facial instalado em todas as estações de metrô de Moscou. Ele foi liberado depois de algumas horas. Em 12 de junho, Ivanov foi uma das 43 pessoas presas no metrô de Moscou. Em 9 de maio, Dia da Vitória Russa, 37 pessoas foram presas no metrô. As prisões provam que o governo tem um banco de dados de fotos de jornalistas e ativistas e implementou prisão preventiva em feriados nacionais para evitar protestos e agitação pública. O governo coleta informações biométricas de jornalistas há anos. No entanto, ele não usa apenas fontes oficiais. Segundo a SOTA, a foto usada para identificar Ivanov foi tirada de uma postagem em seu canal Telegram. O post era sobre a libertação de Ivanov e outro jornalista depois que eles foram presos em São Petersburgo por cobrir um protesto contra a guerra em 6 de março. |
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Mihail Shuliman, um ativista popular e especialista em arte, foi preso no metrô de Moscou em 30 de janeiro de 2021. A foto que Sfera usou para sinalizá-lo foi tirada de um artigo de 2012 sobre seu ataque por pessoas desconhecidas. O Sfera faz parte de um sistema de vigilância mais amplo chamado Safe City, lançado em 2014 e implantado em outros grandes centros urbanos. No início desta semana, foi relatado que o governo estava planejando alocar 15 bilhões de rublos para expandir a Cidade Segura para áreas que fazem fronteira com a Ucrânia. A política de prisões preventivas, viabilizada pelo rastreamento ativo de ativistas e jornalistas em espaços públicos, é assédio e intimidação e resulta na supressão do jornalismo independente. |
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