Bento XVI assinou documento que questionava celibato, afirma jornal
►Joseph Ratzinger, então professor de teologia, foi um dos signatários de documetno enviado à conferência episcopal alemã, há 40 anos
Joseph Ratzinger, então professor de teologia, foi um dos signatários de documetno enviado à conferência episcopal alemã, há 40 anos redação época, com agência EFE.
O papa Bento XVI teve dúvidas a respeito do sentido do celibato sacerdotal quando era professor de teologia na Alemanha, afirma o jornal alemão "Süddeutsche Zeitung".
Segundo a reportagem, o questionamento está em um documento redigido há 40 anos e que permaneceu inédito até ser publicado agora pela revista "Pipeline", órgão de difusão do círculo de ação de Regensburg (AKR, na sigla em alemão) – grupo de católicos críticos. Joseph Ratzinger era um dos signatários da carta enviada à conferência episcopal alemã.
Ratzinger tinha 42 anos quando o documento foi redigido e era professor de teologia em Regensburg.
Uma minuta do documento ficou no arquivo do teólogo Karl Rahner, um dos signatários, que a colocou à disposição do AKR.
"Nossas reflexões apontam à necessidade de uma urgente revisão e um tratamento diferenciado da regra do celibato para a igreja alemã e para a igreja universal", defende o documento, que tem entre os signatários, além do papa, personalidades como Karl Lehman, posteriormente cardeal e presidente da Conferência Episcopal Alemã, e Walter Kasper, atualmente cardeal na cúria romana.
Bento XVI e os outros teólogos expressam sua preocupação pelo fato de que a regra do celibato leva não só a uma escassez de candidatos ao sacerdócio, mas também a um diminuição do talento daqueles que optam pela vida sacerdotal.
Os teólogos apontam para a dificuldade de viver o celibato no mundo atual.
Os signatários afirmavam que a solidão leva muitas vezes à perda de reconhecimento dos sacerdotes em suas comunidades e que o exercício da continência sexual em um mundo repleto de estímulos eróticos era cada vez mais difícil.
O documento adverte que se o tema do celibato não for discutido ao mais alto nível, mais cedo ou mais tarde estará sendo debatido em um nível mais baixo, e expressa o temor de uma perda de autoridade dos bispos e de uma deserção em massa de sacerdotes.
Os teólogos também lembram que o celibato não é um dogma e afirmam que caso não seja possível recrutar um número suficiente de sacerdotes jovens, a Igreja será obrigada a sofrer transformações.
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