O ex-presidente vai cobrar a conta, a partir de março.
E convocará empresas como a Oi, a Gol, a Portugal Telecom, os clientes do Zé Dirceu e tantas outras que foram diretamente beneficiadas na sua gestão, para contratarem as suas palestras, ao preço de R$ 200 mil cada. Não fiquem espantados se a Petrobras, o Banco do Brasil e outras estatais arranjarem buracos na legislação para patrocinarem estes eventos. As palestras incluirão desde piadas sobre o Corinthians até a sua triste vinda para São Paulo, passando pelo menino do MEP e pela fábula do mensalão que ele diz nunca existiu.
E sabem qual será a cereja do bolo? O telefonema.
Ele mostrará à seleta platéia como funciona a linha direta com a governanta, no viva voz.
Abaixo, a notícia plantada na Folha de São Paulo é que o ex-presidente está passando por dificuldades financeiras:
Fora do poder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a conviver com uma situação financeira diferente daquela a que se acostumou nos últimos oito anos.
Acabaram as mordomias e contas pagas pelo governo.
Para engordar o orçamento, Lula começará a fazer palestras em março.
Até lá, escolherá a dedo os eventos que lhe interessam.
Já confirmou presença no aniversário de 31 anos do PT, em fevereiro, em Brasília.
Ele voltará a ser presidente de honra do partido, mas sem remuneração pelo cargo. Lula também é esperado para o Fórum Social Mundial (6 a 11 de fevereiro), no Senegal -sua primeira viagem internacional pós-Planalto.
Estima-se que o cachê de Lula por palestra deva superar R$ 200 mil (os convites são mantidos em sigilo).
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ganha cerca de R$ 90 mil por evento e faz em média 30 palestras por ano.
Pela declaração de renda da campanha de 2006, Lula está em situação financeira confortável.
Seu patrimônio era de R$ 839.033,52, sendo R$ 474.586,17 em aplicações bancárias. Atualizado pela inflação, o valor chegaria hoje a R$ 1.036.921,51.
Se aplicasse R$ 10 mil mensais nos últimos quatro anos pela taxa Selic mais baixa, teria acrescentado R$ 629 mil ao patrimônio.
No governo, Lula tinha todas as despesas pagas pela Presidência e recebia uma remuneração de R$ 11.420,21. Não abria a carteira para pagar viagens, plano de saúde, aluguel e supermercado.
Agora vive uma nova realidade: uma renda mais enxuta, cerca de R$ 9.000, segundo interlocutores do ex-presidente, provenientes de duas aposentadorias: uma pela perda do dedo (invalidez) e outra de anistiado político.
No Planalto, Lula já recebia os dois benefícios: com o salário de presidente, sua renda passava de R$ 20 mil.
Além disso, Lula tinha centenas de servidores no Planalto e nos palácios residenciais (Alvorada e Granja do Torto) e todas as despesas pagas pela Casa Civil.
Nos dois mandatos, os gastos pessoais e institucionais somaram cerca de R$ 56 milhões, pagos com cartões corporativos e sob a rubrica de "gastos sigilosos".
Lula perdeu o salário (até 1988, os ex-presidentes tinham direito a uma aposentadoria), mas os cofres públicos ainda bancam oito funcionários a seu serviço.
São quatro seguranças, dois motoristas e dois assessores, com salário de R$ 2.100 a R$ 9.000, além de dois carros oficiais e combustível à vontade.
Essas vantagens são vitalícias e valem para todos os ex-presidentes.
As viúvas recebem uma pensão especial, equivalente ao salário dos ministros do STF que é, hoje, de R$ 26,7 mil.
Longe do Planalto, porém, Lula poderá ter revisada sua pensão da anistia, hoje em torno de R$ 3.500.
Ele deu entrada no processo de revisão, previsto em lei desde 2002. Mas ficou parado nos últimos anos, para evitar conflitos de interesse.
Nos próximos meses, o ex-presidente se dedicará à criação do Instituto Lula, na capital, e de seu memorial, talvez em São Bernardo.
Enquanto a nova entidade não fica pronta, Lula voltará ao Instituto Cidadania, esvaziado desde sua eleição. A sede passa por reformas, mas deve sair de lá a formatação do novo instituto.
"Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto, e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo.
Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista.
E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso.
General Olimpio Mourão Filho, em
A Verdade de um Revolucionário de 1978
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