Atualizado: 28/1/2011 1:16
O ano de 2010 foi o melhor momento do mercado de trabalho brasileiro nos últimos oito anos, com o menor nível de desemprego desde 2003 e patamar recorde no número de empregados.
Mas a alta da inflação ajudou a corroer a renda do trabalhador, que mostrou queda em dezembro e avanço tímido em todo o ano, em relação ao ano anterior.
Segundo o IBGE, a taxa de desemprego recuou de 5,7% para 5,3% de novembro para dezembro, e terminou 2010 com média anual de 6,7%, bem abaixo da taxa de 8,1% apurada em 2009.
O número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho foi de 22 milhões, o maior patamar da nova série da PME, iniciada em 2002 e cujos dados anuais começaram a ser apresentados em 2003.
Além disso, o total de desempregados em 2010, de 1,6 milhão, foi o menor da série.
Mesmo com os dados positivos de dezembro e de 2010, o cenário brasileiro não aponta para um 'pleno emprego' no mercado de trabalho, para o gerente da PME e economista do IBGE, Cimar Azeredo.
Segundo ele, nem todas as taxas de desemprego entre as seis regiões metropolitanas estão mostrando o mesmo cenário.
No caso da região metropolitana do Recife, por exemplo, a taxa de desemprego foi de 8,7% em 2010.'É muito cedo para se falar em pleno emprego. Temos um país com diferenças regionais bastante precisas', afirmou o técnico.
Renda. Os dados positivos de emprego no mercado de trabalho não se refletiram, em igual magnitude, nos ganhos do trabalhador.
Embora tenha subido 3,8% em 2010 ante 2009, a renda média caiu 0,7% em dezembro em relação a novembro. Isso porque a inflação deu um salto no ano passado, com alta de 5,91% no IPCA, ante 4,31% em 2009.
'A inflação, de certa forma, funciona como uma espécie de barreira ao crescimento do rendimento do trabalho', afirmou Azeredo.
O técnico do IBGE admitiu que, não fosse o cenário de inflação mais elevada em 2010, contra 2009, a renda do trabalhador poderia ter apresentado um avanço mais expressivo, no mesmo período de comparação.
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