Força Sindical: Mantega age como "Robin Hood às avessas

Extraído de: Novo Jornal  - 
A Força Sindical voltou a criticar o ministro Guido Mantega (Fazenda) por dizer que o governo irá vetar qualquer reajuste do salário mínimo acima de R$ 540.
Para a entidade, o ministro demonstra insensatez de burocrata.


"O infeliz comunicado revela que Mantega age como um Robin Hood às avessas, se curvando aos especuladores e virando as costas para os menos favorecidos", afirma a central sindical, que defende um mínimo de R$ 580.

Na terça-feira, Mantega fez uma declaração contra um mínimo maior que R$ 540, depois de uma ameaça do principal aliado da presidente Dilma Rousseff, o PMDB.

O partido prometeu trabalhar contra o valor fixado pela equipe econômica, para marcar sua insatisfação com a perda de cargos para o PT.

"Neste momento, é temerário nós aumentarmos [o mínimo] para mais de R$ 540. Se vier alguma coisa diferente, nós vamos simplesmente vetar", disse Mantega.

Em nota, a Força Sindical alfineta o ministro da Fazenda ao lembrar o reajuste dos aposentados de 7,7% dado no ano passado. Mantega chegou a declarar que a equipe econômica tinha aprovado um reajuste de 6,14%.

No entanto, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou um aumento de 7,7%, valor decidido pelo Congresso.

Na quinta-feira, a bancada do PDT, liderada pelo presidente da Força, Paulo Pereira (SP), irá se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), para discutir o salário mínimo.


Política de Reajuste
O mínimo de R$ 540 foi calculado com base numa política que considera o crescimento da economia ocorrido dois anos antes do aumento ser concedido.

Como em 2009 a expansão da economia brasileira ficou perto do zero por causa da crise internacional, o ganho real do mínimo em 2011 também seria de zero.

Os R$ 540 estão em vigor desde o começo do ano por força de uma medida provisória editada pelo governo, mas para vigorar definitivamente ainda é necessária aprovação no Congresso.

No entanto, o próprio governo reconheceu, discretamente, que o reajuste do mínimo ficará abaixo da inflação pela primeira vez desde 1997.

A portaria que elevou os benefícios previdenciários utilizou o percentual de 6,41%, mostrando qual é o cálculo oficial para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado no ano passado.

Já o salário mínimo teve reajuste de 5,9% ao ser elevado para R$ 540, o que, considerando o INPC projetado, corresponde a uma perda de 0,5% de seu poder de compra.

Para repor a inflação acumulada, o mínimo deveria subir para exatos R$ 542,69, valor que provavelmente seria arredondado para R$ 545.
As informações são da Folha.com.

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