Além de ser útil na indústria ou na catalogação de alimentos em centros distribuidores,
o equipamento poderá ser disponibilizado em supermercados. [Imagem: EBC]
Com informações da Agência Brasil - 12/08/2013
As frutas entram por um túnel, levadas por uma esteira, e saem catalogadas entre doces e azedas.
Esta é uma das várias aplicações de um equipamento criado pela equipe do pesquisador Luiz Alberto Colnago, da Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP).
Composição química
A tecnologia empregada é a ressonância magnética, a mesma usada no diagnóstico de diversos tipos de traumas e doenças.
No novo equipamento, a ressonância magnética é usada para determinar a composição química dos produtos.
Isto permite, por exemplo, mensurar a quantidade de açúcar em uma fruta, catalogando cada fruta individualmente entre mais doce e mais azeda.
O equipamento também pode detectar outras substâncias, identificando, por exemplo, se alimentos como sucos ou leite foram adulterados.
Ou ser ajustado para avaliar o teor de álcool no vinho ou o de gordura em sementes de amendoim ou carnes e embutidos.
Teor de gordura nos alimentos
A análise é rápida e não gera nenhuma modificação no produto analisado.
Além de ser útil na indústria ou na catalogação de alimentos em centros distribuidores, o pesquisador afirma que o equipamento é pequeno o suficiente para ser disponibilizado em supermercados.
"A nossa ideia é que ele seja um aparelho de uso bem geral, que se possa analisar todos os alimentos que estão à disposição do consumidor: carnes, frutas e verduras. [No caso da] carne, consigo saber o teor de gordura, isso é algo que os consumidores estão sempre preocupados," diz o pesquisador.
"Se a gente for em um supermercado, frutas, nozes, queijos, qualquer material desses pode ser analisado. E também aqueles [alimentos] embalados em plástico ou vidro. Por exemplo, a maionese, é possível saber o teor de gordura. Em molhos de saladas também, que muitas vezes têm até 50% de gordura", explicou Colnago.
A limitação da tecnologia são os pacotes metálicos, como latas e embalagens longa vida, que impedem a leitura do conteúdo do alimento por interferirem com as ondas de rádio emitidas pelo aparelho.
"Mas, no caso de vidro ou mesmo saquinhos plásticos, posso dizer o estado de fermentação do leite - se foi recém-colhido, se tem um sistema de higienização não muito bom. Temos até como prever quando o leite vai estragar," disse Colnago.
Frutos da inovação
De acordo com o pesquisador, em até dois anos a tecnologia pode estar disponível diretamente ao consumidor e, assim, evitar que produtos falsificados ou sem qualidade sejam comercializados.
Uma empresa argentina, parceira da Embrapa e que ajudou a financiar o desenvolvimento, patenteou parte da tecnologia usada no equipamento.
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