A concessionária que administra a ferrovia deve retomar nesta quinta-feira (28) a limpeza do local do descarrilamento do trem que matou oito pessoas em São José do Rio Preto(SP). Caso a medida não seja realizada, a prefeitura anunciou que vai retirar os grãos de milho da área e multar a América Latina Logística (ALL).
Enquanto isso, vários órgãos da Justiça começam a investigar a questão da velocidade do trem no momento do acidente. A ALL informou em nota que discorda da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT ) sobre o limite de velocidade, e que uma sindicância foi aberta para apurar as causas do acidente.
Nesta quarta-feira (27) a ANTT confirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a velocidade máxima do trem no trecho do acidente deveria ser de 25 km/h.
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A assessoria informou também que a agência responsável pela fiscalização aguarda o fim da investigação para saber se a composição trafegava em velocidade irregular. O perito da Polícia Civil adiantou, no dia do acidente, que a velocidade era de 44 km/h, portanto 76% maior que o limite estabelecido. Mas o delegado responsável pelo caso, Luis Albeto Bovolon, disse nesta quarta-feira que as investigações levam à velocidade de 42 km/h, o que equivale a 68% a mais da velocidade permitida.
O prazo para investigação da ANTT é de 30 dias a partir da data do acidente, até lá deve ser elaborado um relatório técnico com as conclusões. A última fiscalização da ANTT na cidade foi feita em maio deste ano. Outra informação da agência é a de que só neste ano houve na malha ferroviária que corta o estado de São Paulo 60 acidentes entre descarrilamentos e choques com veículos, com 88 vítimas.
A Polícia Federal também investiga o descarrilamento. A Procuradoria da República quer saber se houve falhas da ANTT, que tem a obrigação de fiscalizar a ALL, empresa responsável pela linha férrea. A falta de manutenção da malha ferroviária e falhas no sistema de freios das composições estão entre as possíveis causas do acidente. A investigação deve ser em Rio Preto e também em Brasília.
O pedido de abertura de inquérito foi feito pelo grupo de trabalho e transportes do Ministério Público Federal. Um inquérito também foi aberto na Polícia Civil.
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