Modelo tem relação peso/potência (2,20 kg/cv) superior a Ferrari 458 Italia e Porsche 911 GT2
O Porsche 914 é um dos modelos mais controversos da história. Alguns gostam e outros simplesmente odeiam seu estilo. E realmente é preciso entender a razão de sua existência para apreciar seu desenho bastante incomum.
A idéia da marca no início da década de 70 foi criar uma opção mais “popular”, para atrair compradores que geralmente nunca pensavam em um Porsche. Para isso fez uma parceria com a Volkswagen, fornecedora de motores, que equipou o modelo com duas versões do boxer, além do tradicional seis cilindros fabricado em Stuttgart.
A localização central do propulsor é um de seus pontos fortes, que tem uma distribuição de peso elogiável e um comportamento excepcional em curvas e slalom, especialmente por causa do centro de gravidade baixo e um bom acerto de suspensão.
Agora esqueça tudo isso. Nessa semana levo os leitores para um passeio em algo – bem – mais rápido e incomum. Esse exemplar passou pelas mãos de Ricardo Malanga, da Brabo Motorsport, para mudar todos os conceitos de esportividade do 914.
Em primeiro lugar o carro recebeu um motor novo da Audi, com cilindrada aumentada para 1,9 litro, turbina Garrett Ball Bearing, intercooler e injeção eletrônica programável da Fuel Tech. Tudo isso pra entregar 430 cv e, pasmem, 580 cv com o booster.
Externamente pouca coisa entrega a preparação pesada. As rodas de 15 polegadas receberam pneus da Yokohama. Ele traz também os discos de freio da Wilwood e os amortecedores da Koni para frear com competência e manter o carro estável, respectivamente.
Impressões ao volante
Mas guiar é sempre a melhor parte da brincadeira. O interior veste bem o motorista e o volante Nardi de três raios combina perfeitamente com a proposta do carro. Ao girar a chave o ronco diferente desperta minha atenção. Vale dizer que o escapamento foi todo redimensionado.
Além do motor a transmissão também é da Audi, com cinco marchas. Logo de cara pude perceber que colar o corpo no banco é sua principal qualidade. O pequeno acelera com disposição e é possível ouvir a válvula de prioridade trabalhando a cada esticada e mudança de marcha.
Andamos “apenas” com os 430 cv, mas ainda era possível acionar o booster. O equilíbrio do motor central faz toda a diferença. Isso explica porque existem exemplares do 914 com mecânica Subaru e até V8. Equilíbrio é a palavra-chave.
A suspensão bem acertada e o conjunto de freios dão conta do recado com sobra. E ainda temos um sistema de áudio e ar-condicionado, algo difícil de ver em modelos mais preparados. Difícil mesmo foi dar apenas algumas voltas e devolvê-lo ao dono. Mas, enfim, são coisas da profissão.
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