Uma série de observações realizadas nos últimos dias mostra que algo de novo aconteceu com o cometa. A atividade aumentou muito e um repentino aumento de brilho ocorrido em 24 horas aponta para um cometa em processo de outburst.
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De acordo com alguns relatos, o brilho do cometa aumentou cerca de 1,2 magnitudes em menos de um dia, o que significa que C/2012 S1 ISON ficou 3 vezes mais forte em menos de 24 horas. Para o astrônomo Emmanual Jehin, ligado à Universidade de Liege, na Bélgica, esse incremento de intensidade resultou no dobro da produção do material que vinha sendo ejetado pelo cometa.
Algumas observações ainda não confirmadas feitas no hemisfério norte relatam que ISON já pode ser visto a olho nu em locais de céu muito escuro. Ao mesmo tempo, observadores experientes afirmam que o cometa está muito brilhante quando visto através de binóculos.
Além do incremento de brilho, as imagens registradas nas últimas horas mostram que a cauda de ISON parece ser formada por duas ou três esteiras de partículas, o que aumenta as chances de ISON não ser mais formado por um único núcleo, mas por uma rocha fragmentada. Isso poderia ser a causa do outburst observado pelos astrônomos.
Ainda não se pode afirmar com certeza se o cometa está definitivamente outburst, pois serão necessárias mais algumas sessões de registros para detectar novos incrementos de brilho. No entanto, a elevação abrupta no brilho mostra que ISON já não é o mesmo cometa de alguns dias atrás.
Caso o cometa esteja realmente em outburst, se fragmentando à medida que se aproxima do Sol, poderemos ter algumas surpresas nos próximos dias e seu brilho poderá ser comparado ao das estrelas mais destacadas. No entanto, se a sublimação de material for muito elevada, poderá não haver reservas suficientes para mantê-lo ativo até o dia do periélio, em 28 de novembro.
A má notícia para os habitantes do hemisfério sul é que ISON está nascendo cada vez cada vez mais perto do Sol, o que dificultará as observações nas próximas pré-manhãs. No Brasil, os moradores das regiões Nordeste e Norte estão com mais sorte e ainda terão alguns dias para ver o cometa.
As próximas observações serão cruciais para determinar o possível comportamento do cometa. A diferença é que agora ISON está mais ativo que nunca e novos outbursts podem mudar toda a sua história. Aguarde os próximos capítulos.
Artes: no topo, registro feito pelo astrônomo amador Gregg Ruppel mostra o cometa C/2013 S1 ISON com a cauda dividida, possivelmente devido a um processo de fragmentação do núcleo. Acima, carta celeste de 15 de novembro mostra a localização do cometa nas pré-manhãs no hemisfério Sul. Créditos: Gregg Ruppel, Apolo11.com.
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