Memória► Morre Bellini, primeiro brasileiro a erguer a Copa do Mundo

Bellini, capitão da seleção na Copa de 1958, ergue a taça Jules Rimet no Estádio Rasunda, em Estocolmo

A estátua de Bellini na entrada do Maracanã, antes da reforma do estádio para a Copa, em 2010
A estátua de Bellini na entrada do Maracanã, antes da reforma do estádio para a Copa, em 2010 - Vanderlei Almeida/AFP

ESTE FAZ PARTE DE UMA SAFRA RARA DE JOGADORES E CRAQUES DE FUTEBOL QUE SE DEDICAVAM A FAZER O ESPETACULO DENTRO DO CAMPO, COM HUMILDADE, SERIEDADE E RESPEITO. JAMAIS SE ENVOLVERAM EM POLITICA E MUITO MENOS APOIAR COMUNISTAS COMO ESTÁ ACONTECENDO HOJE.

PARABÉNS  BLLINI, NOSSOS APLAUSOS ONTEM, 

HOJE E SEMPRE
Bellini ganha um beijo da Miss Brasil Adalgisa Colombo depois do retorno da seleção campeã do mundo ao país, em 1958

Bellini, capitão da seleção na Copa de 1958, em 1967

Pelé e Bellini se abraçam depois da conquista da Copa do Mundo de 1958, na Suécia
Bellini lidera a fila dos campeões mundiais na cerimônia de premiação da Copa de 1958
Feola, técnico da seleção, Gylmar e Bellini segurando a Taça Jules Rimet, após a conquista da Copa do Mundo em 1958, na Suécia


Ex-zagueiro de Vasco e São Paulo sofria de Alzheimer e tinha 83 anos. Capitão da seleção em 1958, foi o primeiro a comemorar erguendo o troféu de campeão

O ex-zagueiro Hideraldo Luís Bellini, capitão da seleção brasileira na primeira Copa do Mundo conquistada pelo país, morreu nesta quinta-feira, no Hospital Nove de Julho, em São Paulo, onde estava internado desde que foi vítima de uma parada cardíaca. Bellini, que sofria de doença de Alzheimer havia uma década, tinha 83 anos. Paulista de Itapira, o ex-jogador defendeu o Vasco da Gama e o São Paulo antes de se aposentar com a camisa do Atlético-PR. Vestiu a camisa da seleção numa das fases mais gloriosas de sua história, entre 1957 e 1966. 
Foram 51 jogos, incluindo oito partidas nas Copas de 1958, na Suécia, e de 1966, na Inglaterra. Também foi reserva no Mundial de 1962, no Chile. Um dos líderes da equipe que venceu a primeira das cinco Copas do Brasil, Bellini teve a honra de levantar a taça Jules Rimet no Estádio Rasunda, em Estocolmo, depois da final contra a Suécia. 
Ao receber o troféu das mãos do rei Gustavo, atendeu ao pedido dos fotógrafos e ergueu a Jules Rimet para que todos pudessem vê-la. 
Desde então, o gesto inventado por acaso pelo ex-zagueiro passou a ser imitado por todos os capitães das equipes que conquistam um título. 
Além das duas Copas conquistadas pela seleção, Bellini tinha outros títulos importantes no currículo, como três títulos estaduais do Rio, um Torneio Rio-São Paulo e duas taças da Copa Roca. 
Muito elegante fora de campo – era considerado o galã do futebol brasileiro nos anos 1950 e 1960 –, o capitão se transformava quando pisava no gramado: era um defensor aguerrido e incansável. Sua técnica e habilidade eram limitadas, mas o vigor físico, o espírito de liderança, a seriedade com que disputava todos os jogos e a lealdade no combate aos adversários transformaram Bellini em ídolo tanto no Vasco (1952-1961) como no São Paulo (1962-1967). 
A despedida do futebol aconteceu em 1969, no Paraná. Afastado do esporte, passou a tocar alguns negócios no comércio de São Paulo. Os primeiros sintomas do Alzheimer vieram nos anos 2000. Mesmo depois do diagnóstico da doença, ele apareceu na abertura de uma exposição para marcar os 50 anos da conquista do título na Suécia, em 2008. 
Repetiu o gesto de 1958 e levantou a taça sobre a cabeça. Casado desde 1963, Bellini teve dois filhos. 
Por causa da doença, nos últimos anos já não reconhecia os parentes e amigos. No Maracanã, palco da final da próxima Copa, um monumento em homenagem aos campeões mundiais foi apelidado de “estátua do Bellini”, e esse é o principal ponto de referência do lado externo do estádio mais famoso do mundo.
Pelé e Bellini compram presentes numa loja de aeroporto antes do início da Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra
Bellini defendendo o Vasco em partida contra o Fluminense, pelo Campeonato Estadual de 1957
Seleção brasileira, campeã mundial em 1958: em pé, Djalma Santos, Zito, Bellini, Nílton Santos, Orlando e Gilmar; agachados, Garrincha, Didi, Pelé, Vavá, Zagallo e Mário Américo

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