PCC►Em meio a alerta da PM, 11 veículos são queimados em SP

Três ônibus, dois caminhões e seis carros foram atingidos por coquetéis molotov em quatro cidades do interior paulista: Promissão, Bauru, Santa Cruz do Rio Pardo e Assis
A facção criminosa comandada por Marcola é suspeita de ter ordenado ataques a veículos
A facção criminosa comandada por Marcola é suspeita de ter ordenado ataques a veículos (Joedson Alves )
Na mesma semana em que a Polícia Militar soltava um alerta pelo rádio interno da corporação, pedindo aos policiais cuidado com possíveis ações do crime organizado contra prédios e forças públicas, pelo menos onze veículos foram incendiados na noite desta segunda-feira em cidades do interior de São Paulo. O alerta foi motivado pela descoberta de um plano para resgatarlíderes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), entre eles Marco Willians Camacho, o Marcola, na Penitenciária 2, de Presidente Venceslau.
Seis veículos - três ônibus, dois caminhões e um carro - foram queimados em ataques com coquetel molotov, em Promissão. Em Bauru, dois carros foram encontrados incendiados na madrugada, mas, segundo a polícia, os incêndios não têm relação com os ocorridos em Promissão. A cidade de Assis registrou dois veículos queimados e, Santa Cruz do Rio Pardo, um.
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Promissão - Em Promissão, um dos coquetéis chegou a ser lançado contra a base da PM, mas se apagou antes de explodir. Três menores, de 13, 14 e 16 anos, e um adulto, de 18, foram detidos com uma garrafa de dois litros de gasolina e quatro pinos de cocaína. Eles confessaram os crimes, mas a polícia suspeita que o Primeiro Comando da Capital (PCC) pode ter contratado o grupo para executar os ataques.
"A PM nos disse que os menores teriam falado que receberiam 150 reais para fazer os ataques", afirmou Renata Stâncio, que teve seu Vectra parcialmente incendiado. "Mas tinha de ser com nosso carro?", questionou. Ela e o marido, o operário Genilson Stâncio, dormiam na casa deles, quando sentiram o cheiro de fumaça. "Ainda bem que saímos a tempo de evitar um prejuízo maior", disse.
Segundo o delegado Marco Aurélio Pavanelli, que atendeu a ocorrência, os quatro negaram que tivessem sido contratados pelo PCC, mas que essa hipótese está sendo investigada pela polícia. Segundo o capitão Márcio Costa da Silva, responsável pela PM na região, o menor de 14 anos disse que chamou os colegas para ajudá-lo nos ataques a pedido de um homem que teria feito contato com ele na escola. A polícia tenta identificar esse homem.
Os ataques foram feitos em diferentes pontos da cidade. "Quando acordei vi o ônibus pegando fogo e não pude fazer nada", contou o motorista Marcos Gonçalves, que teve o ônibus que trabalha totalmente destruído, no Jardim Nosso Teto. O veículo não tinha seguro.
No bairro Bom Viver, duas cabines de carretas foram incendiadas. Uma delas pegou fogo parcialmente, mas a outra, do caminhoneiro Rafael Aragão, ficou destruída. Ele viajaria para o interior da Bahia, mas ao acordar teve a decepção. "Nem sei como vou dar conta do prejuízo", disse.
No Jardim Alvorada, o motorista Luís Henrique de Oliveira Júnior acordou com o barulho, entrou no ônibus em chamas, retirou o extintor e debelou as chamas, que queimaram uma poltrona e parte do teto do ônibus. O veículo pertence à usina de açúcar e álcool Renuka. "Minha mulher ficou com medo, mas deu tudo certo."
Os menores foram enviados para o Juizado da Infância e da Juventude e devem ser recolhidos para na Fundação Casa. Dois deles já tinham passagens por roubo e furto. O adulto, Luís Renovato da Silva Júnior, não tinha passagens pela polícia, mas foi preso em flagrante.
Sorocaba - Em Sorocaba , o assassinato de dois policiais no espaço de três semanas pôs em alerta a PM. Oficiais acreditam que seus homens podem estar sendo vítimas de ataques do PCC. A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou ontem que "nenhuma hipótese é descartada". 


(Com Estadão Conteúdo)

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