Reconhecimento já tinha sido dado no Brasil ao samba de roda do Recôncavo Baiano, à arte e pintura corporal dos Kusiwa, ao frevo e ao Círio de Nazaré
Roda de capoeira na Praça Tiradentes, em Sete Lagoas (MG) (Jonne Roriz/VEJA)
Mistura de dança e arte marcial herdada dos escravos, e que durante seus primórdios foi clandestina, a capoeira recebeu nesta quarta-feira o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
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O comitê para a proteção do patrimônio cultural imaterial da humanidade da Unesco, reunido em Paris, aprovou acrescentar as rodas de capoeira a sua prestigiada lista. Com o reconhecimento, a capoeira se junta ao samba de roda do Recôncavo Baiano, à arte e pintura corporal dos Kusiwa, ao frevo e à peregrinação religiosa do Círio de Nazaré como bens brasileiros incluídos na lista do patrimônio cultural imaterial da humanidade.
"A lista representativa do patrimônio cultural da humanidade é composta por expressões que demonstram a diversidade deste patrimônio e permitem tomar consciência de sua importância", destacou a Unesco em um comunicado.
A capoeira é uma prática cultural afro-brasileira que combina a luta e a dança, cujas origens remontam ao século XVI. Nasceu como uma forma de resistência à opressão. Alguns sustentam que em sua origem foi uma forma de dissimular o fato de que os escravos treinavam para combater e que por esta razão durante muito tempo era praticada na clandestinidade. Os movimentos executados pelos capoeiristas exigem grande destreza corporal, com lances rápidos de braços e pernas.
As rodas de capoeira costumam ser integradas por um mestre, um contra-mestre vários discípulos. "O mestre é o guardião dos conhecimentos da roda, transmitidos aos demais participantes por meio da observação e da imitação, promovendo ao mesmo tempo o respeito mútuo e a coesão social", indicou a Unesco.
Junto com a capoeira, a Unesco aprovou nesta quarta-feira integrar à lista manifestações de Argélia, Armênia, Azerbaijão, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Bulgária e Burundi.
(Com agência France-Presse e EFE)
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