Janot acha que já dá para pedir a abertura de alguns inquéritos. Ou: Certo colunismo quer inventar agora os “heróis do povo brasileiro” do Petrolão, e o homem mau da hora é o… juiz Sérgio Moro!
O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, considera contar já com os elementos necessários para abrir ainda neste
ano os primeiros inquéritos para investigar políticos envolvidos com o
petrolão, embora ainda haja delações em curso.
O doleiro Alberto Youssef prestou seu
depoimento final no dia 25.
Quantos inquéritos? Ainda não se sabe.
O método será diferente daquele empregado no
caso do mensalão, em que todos foram investigados num único inquérito, o que,
convenham, tornou o caso enrolado, confuso e trabalhoso.
Só que a abertura de investigação de
autoridades com direito a foro especial por prerrogativa de função depende da
autorização de tribunais superiores.
Só
para lembrar: são processados e julgados por crimes comuns no STF o presidente
da República, o vice-presidente, os membros do Congresso Nacional, o
Procurador-Geral da República, os ministros de estado, os membros de Tribunais
Superiores, os do TCU e os chefes de missão diplomática de caráter permanente.
São processados e julgados pelo STJ os governadores de Estado e do Distrito
Federal, os desembargadores, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e
do DF, os juízes dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais
Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios e os integrantes do Ministério Público da União.
Há dezenas de autoridades citadas nas delações
premiadas: deputados, senadores, ministros de estado e governadores.
Ainda não conhecemos todos os nomes porque
eles surgiram no âmbito da delação premiada, que é sigilosa. Mas alguns, como
vocês sabem, vieram a público.
Pessoas
sem foro especial podem acabar sendo processadas por tribunais superiores se
for impossível dissociar a sua atuação da de autoridades com esse direito, a
exemplo do que aconteceu no mensalão.
Janot
enviou ainda ao Supremo, nesta terça, pareceres contrários à pretensão
de dois acusados de envolvimento com a roubalheira na Petrobras.
Como há políticos citados no caso, as
respectivas defesas de Murilo Barrios, sócio da Sanko Sider, fornecedor da
Petrobras, e de Waldomiro de Oliveira, um empregado de Youssef, pediram que os
atos do juiz Sérgio Moro sejam considerados nulos, com a revogação de prisões,
já que só o Supremo poderia atuar no caso.
Para
o procurador-geral da República, o pedido “desborda da boa-fé objetiva”. Quem
vai dar a palavra final é o ministro Teori Zavascki, relator do caso no STF.
Para arrematar: os esbirros do petismo na
imprensa seguem firme em sua campanha contra o juiz Sérgio Moro, apontando
ilegalidades onde não há.
Depois dos “heróis do povo brasileiro” do
mensalão, agora há colunistas querendo criar os “heróis do povo brasileiro” do
petrolão.
O verdugo daqueles pobres ladrões era Joaquim
Barbosa; o dos pobres ladrões de agora, Sérgio Moro.
É
de dar nojo!
Tags: Operação Lava Jato, Rodrigo Janot
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