Em VEJA desta semana
Surgem indicios do envolvimento profundo do empresario José Carlos Bumlai com o escândalo que sangrou a Petrobras.
Ele tinha acesso livre ao Palácio do Planalto na gestão de Lula e até hoje resolve problemas de sua familia
Rodrigo Rangel e Adriano Ceolin
SUPERCREDENCIAL - José Carlos Bumlai, amigo íntimo do presidente Lula, estava autorizado a entrar quando quisesse, na hora em que bem entendesse (Cristiano Mariz/VEJA)
Um dos grandes pecuaristas do país, José Carlos Bumlai conta que visualizou em sonho sua aproximação com Luiz Inácio Lula da Silva, quando ele era apenas aspirante à Presidência.
Com a ajuda de um amigo comum, Bumlai conheceu o petista e o sonho se realizou.
O pecuarista tornou-se íntimo de Lula.
O sonho embutia uma profecia que ele só confidenciou a poucos: a aproximação renderia excelentes resultados para ambos.
Assim foi.
Lula chegou ao Planalto, e Bumlai, bom de negócios, bem-sucedido e rico, tornou-se fiel seguidor do presidente, resolvedor de problemas de toda espécie e, claro, receptador de dividendos que uma ligação tão estreita com o poder sempre proporciona.
No governo, só duas pessoas entravam no gabinete presidencial sem bater na porta. Bumlai era uma delas.
A outra, Marisa Letícia, mulher de Lula.
Desde 2005, sabia-se em Brasília que Bumlai também tinha delegação para tratar de interesses que envolvessem a Petrobras.
Foi ele, por exemplo, um dos responsáveis por chancelar o nome do hoje notório Nestor Cerveró, um desconhecido funcionário da estatal, para o posto de diretor internacional da empresa.
Em sua missão de conjugar interesses públicos e privados, Bumlai tinha seus parceiros diletos, aos quais dedicava atenção especial.
Não demorou para que começassem a chegar ao governo queixas de empresários descontentes com “privilégios incompreensíveis” concedidos aos amigos do amigo do presidente.
Uma das reclamações mais frequentes envolvia justamente a Petrobras e uma empreiteira pouco conhecida até então, a UTC, que de repente passou a assinar contratos milionários com a estatal, ao mesmo tempo em que surgia como uma grande doadora de campanhas, principalmente as do PT.
Gigantes da construção civil apontavam Bumlai como responsável pelos “privilégios” que a UTC estava recebendo da Petrobras.
Hoje, a escalada dos negócios da UTC é uma peça importante da Operação Lava-Jato, que está desvendando o ultrajante esquema de corrupção montado no coração da estatal para abastecer as contas bancárias de políticos e partidos.
A cada depoimento, a cada busca, a cada prova que se encontra, aos poucos as peças vão se encaixando.
A última revelação pode ser a chave do quebra-cabeça.
Bumlai, o amigo íntimo do ex-presidente que tinha entrada livre ao Palácio do Planalto, está envolvido até o pescoço no escândalo de corrupção montado na Petrobras durante o governo petista.
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