09/05/2015 De acordo com reportagem do jornal 'Folha de S.Paulo', empreiteiro
contou a procuradores da Lava Jato que temia por seus negócios com a Petrobras.
Ele também disse ter feito doações clandestinas em favor de Lula e Haddad
O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, apontado no escândalo do petrolão o chefe do 'clube do bilhão', contou aos promotores da força-tarefa da Operação Lava Jato que doou 7,5 milhões de reais à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff porque temia ter seus negócios com a Petrobras prejudicados, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada neste sábado (9). O empresário disse ter tratado da doação diretamente com o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, com quem se reuniu a pedido do então tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. Edinho é hoje ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, e Vaccari está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná.
LEIA TAMBÉM:
Pessoa passou quase seis meses na cadeia por envolvimento com o esquema de corrupção investigado na Lava Jato - hoje está em prisão domiciliar. Em janeiro, VEJA revelou um manuscrito de seis folhas em que Pessoa afirmava que Edinho Silva "está preocupadíssimo" com os rumos da investigação: "Todas as empreiteiras acusadas de esquema criminoso da Operação Lava Jato doaram para a campanha de Dilma", escreveu, em tom de ameaça. O empreiteiro começava então a mostrar disposição para contar tudo o que sabe sobre o esquema em acordo de delação premiada - e o que ele sabe é dinamite pura, como mostrou VEJA em fevereiro: o esquema começou a funcionar em 2003, organizado pelo então tesoureiro do PT Delúbio Soares; a UTC financiou clandestinamente as campanhas do ministro Jaques Wagner; a UTC ajudou o ex-ministro José Dirceu a pagar despesas pessoais; a campanha de Dilma e o PT receberam 30 milhões de reais desviados da Petrobras.
De acordo com a reportagem da Folha deste sábado, Pessoa também contou ao Ministério Público que contribuiu com 2,4 milhões de reais para o caixa dois da campanha à reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006; e mais 2,4 milhões de reais para quitar dívidas da campanha de Fernando Haddad pela prefeitura de São Paulo, em 2012. O valor teria sido abatido da conta de propinas do esquema na Petrobras. Conforme a reportagem, o empreiteiro também revelou que a maior parte dos valores pagos à consultoria do ex-ministro de Lula José Dirceu foi repassada após a prisão do petista, atendendo a um pedido de ajuda financeira de sua família. Segundo a reportagem, o PT rechaçou as acusações e afirmou que todas as doações foram feitas dentro da lei.
(Da redação)
Nenhum comentário:
Postar um comentário