Alexandre Tombini, presidente do Banco Central do Brasil
(Ueslei Marcelino/VEJA)
Trata-se do sexto aumento seguido da Selic, que permanece no maior
patamar desde dezembro de 2008
O Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros
em 0,50 ponto porcentual nesta quarta-feira, para 13,75% ao ano, sem/com viés,
em decisão não/unânime, em linha com as expectativas do mercado.
Em comunicado,
o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC afirmou que "avaliando o
cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação", decidiu, por
unanimidade, elevar a taxa Selic.
Votaram por essa decisão os
seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo Luiz
Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Awazu Pereira da
Silva, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Sidnei Corrêa Marques e Tony
Volpon.
Trata-se do sexto aumento seguido da Selic, que
permanece no maior patamar desde dezembro de 2008, quando chegou a 13,75% ao
ano. Na reunião de abril,
a autoridade monetária já havia aumentado a Selic em 0,50 ponto, a 13,25%.
O mercado já vinha se preparando para um ajuste
dessa magnitude, após autoridades do BC repetirem em diversas ocasiões que os
avanços no combate à inflação ainda se mostravam insuficientes.
O BC iniciou o
ciclo de aperto monetário em outubro, logo após as eleições presidenciais,
elevando inicialmente a Selic em 0,25 ponto porcentual, a 11,25% ao ano. Em
todas as reuniões do Copom subsequentes o aumento foi de 0,50 ponto porcentual.
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Nem mesmo os dados ruins que saíram nos últimos dias
foram suficientes para dissuadir o Copom de elevar novamente os juros.
Os dados
da produção industrial divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) mostraram queda de 1,2% em abril ante março, na série com
ajuste sazonal.
Na comparação com abril de 2014, a produção recuou 7,6%, ante
mediana de -7,95%. Já o desemprego avançou para 8% em abril,
segundo dados da Pnad Contínua.
A elevação também ocorre menos de uma semana após a
divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), que apontou retração
econômica de 0,2% no primeiro trimestre do ano.
Apesar de os dados econômicos indicarem que a
trajetória de queda da inflação não está distante de começar, o BC mantém o
foco em derrubar a taxa.
Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) ficou em 0,71%. Nos quatro primeiros meses deste ano, a inflação
somou 4,56% e, em doze meses até abril, totalizou 8,13% - a maior desde
dezembro de 2003.
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A ata da última reunião do Copom, divulgada no
início de maio, avaliava que, mesmo diante da retração econômica, haveria uma
certa persistência da inflação.
O colegiado alegava que, no curto prazo, o
processo de realinhamento dos preços administrados, como os da energia, também
refletiria na alta dos preços.
A atuação do BC vem sendo bem sucedida quando se
leva em conta sua tentativa de ancorar as expectativas do mercado em relação à
inflação.
Os últimos boletins Focus, que reúnem estimativas de analistas para o
IPCA para 2015 e 2016, já mostram a inflação recuando a 5,5% no final do ano
que vem, apesar de os números deste ano se manterem em alta.
O mercado espera
que a inflação termine dezembro em 8,39%.
Contudo, os mesmos analistas preveem que o centro da meta de inflação, de 4,5%,
deverá ser atingido somente em 2019
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