◘ PEDALA MESMO DILMA

O BRASIL JÁ CONHECE ESTE FILME QUE COMEÇOU COM FERNANDO COLLOR, E EM SEGUIDA VEIO O IMPEACHMENT.
As pedaladas da presidente Dilma Rousseff pelas ruas de Brasília são simbólicas, neste início do segundo mandato. A imagem de uma presidente conectada com um estilo de vida saudável e que circula com desenvoltura na sua bike pelos arredores do Palácio do Planalto, sem dúvida, é uma estratégia de marketing que vai além da simples intenção de potencializar o efeito da dieta na perda de peso.
Vamos tentar fazer uma rápida reflexão, aqui, sobre alguns detalhes do contexto em que o novo estilo da presidente está inserido. Ele ocorre exatamente quando circulam rumores de que pesquisas encomendadas pelo governo (e não divulgadas) mostram que a popularidade da presidente já está em um dígito. O índice abaixo de 10%, um dos piores desempenhos da história recente, sobretudo para um governante que acabou de se reeleger para mais quatro anos no comando do país.
Uma presidente em forma e pedalando por aí não muda essa realidade, mas ajuda a mostrar uma imagem, digamos, mais simpática. No passado, as pedaladas eram bem menos públicas. Não fosse a placa do lava-jato servindo de cenário para o exercício, a foto seria perfeita. Então, vai, pedala presidente.
Também era crescente dentro do governo o temor de que as manifestações populares, com batidas de panelas a cada fala oficial da presidente, a deixassem acuada. Contra os panelaços, Dilma fala menos e…pedala.
Com a dieta rígida a que está submetida, nas últimas semanas, à medida que a presidente afinava sua silhueta, ela era constantemente flagrada em fotos com a fisionomia abatida. Agora, Dilma…. pedala, mostrando mais vigor, disposição, vitalidade.
Mas, ironicamente, a conjuntura nada favorável de hoje, que está por trás da estratégia das pedaladas da presidente, é fruto de “pedaladas" anteriores nada saudáveis, principalmente para as contas do país. Como diria minha avó, a presidente colhe hoje os frutos que plantou. 
No primeiro mandato, a administração de Dilma foi muito criticada por ter abusado das chamadas "pedaladas fiscais” (sobretudo a partir de 2012), que deram sustentação a uma intervenção maior do Estado na economia, como uma forma de se contrapor à crise que assolou boa parte do mundo.
O Brasil passou relativamente bem por momentos delicados na economia mundial, após a quebra do banco americano Lehman Brothers, em 2008. Mas, anos depois, desembarcou numa crise que combinou falta de credibilidade fiscal com uma sucessão de escândalos de corrupção sem precedente na história recente.
Agora, a presidente reza a cartilha dos então considerados conservadores e promove um brutal ajuste fiscal para equilibrar as contas públicas, recuperar credibilidade e recolocar tudo nos trilhos. Em outras palavras: promove uma recessão na economia hoje, com aumento do desemprego e dos juros para tentar segurar a inflação, arrumar as contas oficiais e gerar crescimento sustentável mais adiante. Por isso, pedala presidente…

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