O HIV surgiu no
que hoje se chama República Democrática do Congo em 1920, especificamente na
cidade de Kinshasa. Mas como foi possível determinar o local de surgimento
dessa doença com tanta certeza?
Na época, o território se chamava Congo Belga,
e era uma colônia da Bélgica. No início do século XX, muitos homens jovens
chegaram à região tentando fazer fortuna nas minas de ouro, diamante cobalto e
cobre da região ou trabalhando construindo a rede ferroviária. Entre 1920 e
1932, 2.450 km de estrada de ferra foram construídos, e o governo investiu
pesadamente em infraestrutura das cidades como Boma, Matadi e Leopoldville.
Nesta época,
aconteceu a primeira contaminação interespécies, entre chipanzés e humanos. É
possível que essas primeiras pessoas contaminadas caçavam ou domesticavam esses
animais em suas tribos. Nas décadas seguintes, a doença ficou confinada a
pequenas tribos da África Central,
1960 e 1970
Durante as guerras
de independência que aconteceram nas décadas de 1960 e 1970 na região e com a
movimentação da população em geral, a doença começou a se espalhar pelo mundo,
ainda desconhecida pelos cientistas. Ela só foi identificada pela primeira vez
em 1981.
Uma questão de oportunidade
O curioso é que dois tipos de HIV surgiram no
início do século XX, mas só um espalhou-se de forma rápida. Eles são o HIV-1
grupo M, e o HIV-1 grupo O. Este segundo grupo acabou restrito ao oeste da
África, enquanto o primeiro é responsável por 90% das infecções.
Isso sugere que foi a oportunidade, e talvez
não a característica do vírus que a ajudou a se espalhar globalmente. “Fatores
ecológicos e não evolutivos ajudaram no crescimento rápido”, afirmou Nuno Faria
da Universidade de Oxford (Reino Unido) à BBC.
Faria e seus colegas construíram uma
árvore genealógica do HIV com a ajuda do genoma do vírus coletado de 800
pessoas infectadas na África Central. Ao comparar a sequência de dois genomas e
observar as diferenças entre eles, a equipe conseguiu descobrir quando os dois
compartilharam um ancestral em comum.
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