Anvisa: remédios à base de maconha
são aprovados e chegarão ano que vem nas farmácias do Brasil
A
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a fabricação e a
venda de remédios à base de maconha no Brasil. O plantio de maconha para uso
medicinal, no entanto, continua vetado.
A
regulamentação entra em vigor 90 dias após publicação no Diário Oficial da
União, o que deve acontecer ainda essa semana. De acordo com o Estadão,
os remédios devem estar disponíveis para consumidores nas farmácias em 2020, e
só poderão ser adquiridos com receita médica.
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Uma vez que os estudos sobre a maconha medicinal ainda são
iniciais no mundo todo, a norma terá que ser revista daqui três
anos.
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Fabricação
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Empresas brasileiras
poderão fabricar remédios à base de maconha, mas terão que importar cannabis
semielaborada – não poderão obter a planta ou parte dela.
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Além disso, precisarão
cumprir alguns requisitos, como ter um Certificado de Boas Práticas de
Fabricação emitido pela Anvisa, autorização especial para seu funcionamento,
documentação técnica da qualidade dos produtos e condições operacionais para
realizar análises de controle de qualidade dos produtos em território
brasileiro, conforme noticiado pelo G1.
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Segundo o UOL, a resolução cria uma nova classe de
remédios, o “produto à base de cannabis”, o que significa que o canabidiol
ainda não será classificado como medicamento. Esses produtos poderão ser para
uso oral e nasal, em comprimido, líquido ou óleo.
A embalagem dos
remédios deve informar a concentração dos principais canabinoides presentes,
como o CBD e o THC, mas apenas a concentração de THC será utilizada para
classificar os rótulos. Os produtos também precisarão vir com o alerta de que o
seu “uso pode causar dependência física ou psíquica no caso de concentrações
superiores a 0,2%”.
Vantagens para os pacientes
Atualmente, só existe
um medicamento à base de maconha no Brasil, o Mevatyl, destinado a pacientes
com esclerose múltipla, que custa R$ 2.000. Outros fármacos podem ser
importados com receita médica e autorização da Anvisa.
A esperança é de que a
nova regulamentação traga mais opções e melhores preços para os indivíduos que
podem se beneficiar desses remédios, recomendados, entre outras coisas, para o
tratamento de dor crônica, autismo, epilepsia e Alzheimer.
O presidente da
Anvisa, William Dib, disse ao Estadão que
esse era um dia muito importante e que havia muito o que comemorar dentro da
agência.
A questão do cultivo
Por três votos a um, o
plantio de maconha foi vetado no Brasil. O único voto favorável foi do próprio
Dib.
O relator e diretor Antônio Barra Torres, indicado ao
posto pelo presidente Jair Bolsonaro, votou contra e citou o posicionamento
contrário de alguns ministérios do governo ao cultivo de maconha.
De acordo com o UOL, algumas análises governamentais desaconselham o
plantio em razão da extensão territorial brasileira, “que facilitaria o desvio
para fins criminais”. Além disso, para o Ministério da Educação, o assunto se
mistura à busca “apaixonada” de usuários pela legalização da “droga”.
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