Cada gafanhoto do deserto consome o seu peso em comida todos os dias e a
nuvem, que pode ter 200 mil milhões de insetos, pode deslocar-se 140
quilómetros em apenas 24 horas. Surto obrigou também o Paquistão, no sudoeste
asiático, a declarar emergência nacional.
Há um surto de milhões e milhões de
gafanhotos a atingir o Corno de África, resultado das mudanças climáticas
extremas, que ameaça tornar ainda mais catastrófica a situação numa região a
recuperar da seca e de inundações mortais. Outro surto destes insetos já
obrigou também o governo do Paquistão, no continente asiático, a declarar
emergência nacional
Densas nuvens destes insetos vorazes
espalharam-se desde a Etiópia e a Somália para o Quénia em dezembro, depois de
terem começado no Iémen, naquela que é a pior infestação em décadas. Não se via
nada assim há 25 anos nos primeiros dois países e há 70 anos no Quénia. No
Paquistão, onde a região noroeste do país foi afetada, o primeiro-ministro
paquistanês, Imran Khan, diz que é a pior infestação em mais de duas décadas.
Caso a situação
não seja controlada, o número de gafanhotos pode multiplicar-se 500 vezes até
junho, atingindo o Uganda e o Sudão do Sul e tornar-se numa praga que devastará
as culturas e as áreas de pastagem numa das regiões mais pobres e vulneráveis
no mundo.
A organização da ONU para a
Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) fala numa "ameaça sem
precedentes" e calcula que um dos enxames de gafanhotos tenha 2400
quilómetros quadrados (quase duas vezes o tamanho da Grande Lisboa). Isso
significa que pode ter até 200 mil milhões de gafanhotos, sendo que cada um
deles consome o seu peso em comida todos os dias. Além disso, podem mover-se
140 quilómetros em apenas 24 horas.
The Desert Locust outbreak in the Horn
of Africa could provoke a humanitarian crisis.
The #locust invasion is
the worst in decades to strike Kenya, Ethiopia and Somalia.
️@FAO Keith Cressman provides an update on
the locust situation https://t.co/OHY9qDcNAu #ZeroHunger pic.twitter.com/UogmQg1FIW
— FAO (@FAO) January 31, 2020
Segundo a FAO, que lançou um apelo aos donativos para poder realizar pulverizações
aéreas,um pequeno enxame de apenas um quilómetro quadrado pode
ingerir, num só dia, a mesma quantidade de comida do que 35 mil pessoas. No
Corno de África há quase 12 milhões de pessoas afetadas por grave insegurança
alimentar, sendo que muitas dependem da agricultura para sobreviver.
O secretário-geral das Nações Unidas,
António Guterres, deixou o alerta na quinta-feira, no Twitter. "Os
gafanhotos do deserto são extremamente perigosos. Desencadeado pela crise
climática, o surto está a piorar ainda mais a terrível situação de segurança alimentar
na África Oriental", escreveu.
Desert locusts are
extremely dangerous. Triggered by the climate crisis, the outbreak is making
the dire food security situation in East Africa even worse.@UNCERF and @FAO are providing resources and
supporting efforts to help manage and contain the situation. https://t.co/bIPnuFzVgV
— António Guterres
(@antonioguterres) January 30, 2020
O ano de 2019 começou com seca no Corno
de África, mas seguiram-se várias inundações. Houve oito ciclones ao largo de
África Oriental, o maior número num ano desde 1976, por causa do aumento das
temperaturas no oceano Índico.
Tecnicamente, segundo a FAO, a atual
invasão é conhecida como um surto, afetando uma região completa, mas se piorar
e não puder ser controlada, então passará à categoria de praga. Desde 1900
registaram-se seis grandes pragas de gafanhotos do deserto, a última das quais
entre 1987 e 1989. O último grande surto remonta a 2003 e 2005.
No Paquistão o problema começou em
junho, quando os insetos chegaram vindos do Irão, tendo já destruído culturas
de algodão, milho e trigo.
Segundo a FAO, que lançou um apelo aos donativos para poder realizar pulverizações aéreas,um pequeno enxame de apenas um quilómetro quadrado pode ingerir, num só dia, a mesma quantidade de comida do que 35 mil pessoas. No Corno de África há quase 12 milhões de pessoas afetadas por grave insegurança alimentar, sendo que muitas dependem da agricultura para sobreviver.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, deixou o alerta na quinta-feira, no Twitter. "Os gafanhotos do deserto são extremamente perigosos. Desencadeado pela crise climática, o surto está a piorar ainda mais a terrível situação de segurança alimentar na África Oriental", escreveu.
O ano de 2019 começou com seca no Corno de África, mas seguiram-se várias inundações. Houve oito ciclones ao largo de África Oriental, o maior número num ano desde 1976, por causa do aumento das temperaturas no oceano Índico.
Caso a situação não seja controlada, o número de gafanhotos pode multiplicar-se 500 vezes até junho, atingindo o Uganda e o Sudão do Sul e tornar-se numa praga que devastará as culturas e as áreas de pastagem numa das regiões mais pobres e vulneráveis no mundo.
Tecnicamente, segundo a FAO, a atual invasão é conhecida como um surto, afetando uma região completa, mas se piorar e não puder ser controlada, então passará à categoria de praga. Desde 1900 registaram-se seis grandes pragas de gafanhotos do deserto, a última das quais entre 1987 e 1989. O último grande surto remonta a 2003 e 2005.
Fonte: DN
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