A FIAT foi fundada em 1899 e, logo desde o início do século XX, que a marca italiana apostou bastante nos automóveis para bater recordes de velocidade. Entre esses automóveis, deveria ter nascido, em 1905 o Fiat 200IP Modello.
No entanto, a Fiat nunca avançou com o projecto, restando apenas os desenhos originais. Se pensa que este projecto foi encerrado para sempre, está enganado. Na década de 90, Graham Rankin encontrou os projectos originais e decidiu construir o automóvel.
Este automóvel deveria utilizar dois motores de quatro cilindros em linha com 100cv cada, idênticos aos utilizados nos automóveis de Grande Prémio. Graham não conseguiu encontrar dois motores iguais para locomover este automóvel, mas encontrou um motor de seis cilindros em linha, da Isotta-Fraschini, que equipava aviões caça da Primeira Guerra Mundial, produzido em 1917. Este motor foi adquirido à família de Gar Wood, construtor de barcos que adquiriu diversos motores de aviões militares para equipar os seus barcos.
O motor Isotta-Fraschini V6-V, de seis cilindros em linha e não em V como o nome do motor sugeria, visto que significa vollo, ou seja, voar em italiano, tem 16,5 litros de cilindrada, sendo um motor de baixa rotação, devido aos seus 140mm de diâmetro e 180mm de curso, com uma taxa de compressão de apenas 5,1:1, uma árvore de cames à cabeça e duas válvulas por cilindro. Este motor desenvolve 250cv de potência e uns massivos 4063Nm de binário.
Acoplado ao motor está uma caixa manual Dennis de 1912, adaptada para ficar atrás do eixo traseiro, fazendo mover as duas correntes que dão o movimento às rodas. Como curiosidade, o automóvel original tinha sido projectado para não ter caixa de velocidades. A velocidade máxima deste colosso com mais de 100 anos, pelo menos no papel, é de 204km/h, limitada pelas correntes e não pelo potencial do motor.
Os pedais de controlo do automóvel são um pouco diferentes daquilo que conhecemos nos automóveis de hoje, o pedal da esquerda é o da embraiagem e o da direita o dos travões, que são de cabo e operam apenas nas rodas traseiras. No meio fica o pequeno pedal do acelerador.
Actualmente, este Fiat Isotta-Fraschini está na posse de Mike Vardy, que deu continuidade ao projecto, pondo o motor a trabalhar pela primeira vez em 2012 e utiliza-o regularmente nas estradas públicas da sua pequena vila e em provas para automóveis veteranos.
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