Essa é a foto do Piloto Danilo Moura, em seu P-47 Thunderbolt.
O herói de guerra Brasileiro que sobreviveu percorrendo 450km em 30 dias em território inimigo após ser abatido, durante a segunda guerra mundial.
Um exemplo de coragem, perseverança e ousadia para chegar às linhas
aliadas.
Em 4 de fevereiro de 1945, depois de realizar sua 11ª missão, Danilo foi abatido por uma artilharia antiaérea nazifascista próximo a cidade italiana de Treviso.
No pouso brusco com o paraquedas, ele teve sua boca e língua machucadas. Impossibilitado de falar corretamente, o tenente fez exatamente o contrário do que tinha sido orientado a fazer em caso de perigo, utilizou as vias principais, cumprimentava os soldados inimigos no caminho, utilizando seu rosto machucado como desculpa para não responder as perguntas que apareciam.
Abrigou-se em estábulos ou onde conseguia se instalar,
pedindo comida, algo quente para beber e cigarros, nas casas dos colonos por
onde passava.
Após a queda, Danilo foi recepcionado por um jovem italiano que o ajudou oferecendo abrigo, comida e roupas civis.
Já amigo do garoto, Danilo prometeu que voltaria após a guerra, entregando-lhe seu paraquedas.
O tenente passaria por dentro da cidade de Podova, onde encontrou muitos soldados italianos e alemães.
Ninguém desconfiou que aquele homem
malvestido, machucado e magro, poderia ser um inimigo.
Sua segunda grande ajuda pelo caminho, veio de um
lenhador italiano, um Partisan, da resistência popular italiana, que o
reconheceu como soldado aliado e o ajudou, lhe dando uma bicicleta velha para
percorrer seu trajeto.
De bicicleta, ele continuou a sua saga, passando por ao menos dois quartéis generais das forças alemãs, cruzando com tanques e soldados na estrada.
Prosseguindo com sua audácia, cumprimentava a todos acenando e sorrindo, com a boca cheia de sangue e feridas. Não foi parado uma única vez, chegando à base brasileira.
Dado como morto, sua recepção foi feita
em festa pelos soldados e oficiais brasileiros.
Terminada a guerra, Danilo voltou para ver o jovem que o ajudou quando ele caiu. Seu paraquedas, teve a seda transformada em vestido de noiva para a irmã do garoto.
O lenhador que lhe deu uma bicicleta
nunca mais foi encontrado. Sua espetacular fuga virou uma lenda entre os
militares brasileiros e uma história de superação para soldados de outras
nações.
Seus feitos foram transformados em uma ópera pelos colegas, chamada de a Ópera do Danilo, que é encenada todo ano no Dia 22 de abril, Dia da Aviação de Caça.
Texto Luiz Zanfelici.
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