Arqueólogos anunciaram, na segunda-feira 16, a descoberta de uma rede de estradas, edifícios e assentamentos no sítio arqueológico de La Cuenca Mirador Calakmul, entre o norte da Guatemala e o sul do México.
Os
especialistas dizem que as rodovias, marcadas e pintadas com cal, atingiam 40
metros de largura e cerca de 177 quilômetros de extensão.
Os arqueólogos encontraram 775
sítios em 2015, que, somados aos 189 novos sítios, resultam em quase mil
assentamentos maias, como casas, estruturas e campos de lazer. Com as estradas
descobertas, os sítios faziam parte de um Estado político.
Segundo os pesquisadores, a descoberta revela detalhes do modo de vida e da organização dos maias na região e mostra que os assentamentos podem estar ligados à provável primeira rede rodoviária do mundo.
As descobertas foram publicadas na
revista norte-americana Ancient Mesoamerica.
Em nota à imprensa, a Fundação
Fares, uma das financiadoras do projeto, informou que “a maioria dos locais
data dos períodos pré-clássico médio e tardio, por volta de 1000 a.C., até
pouco depois da época de Cristo”.
Para identificar
os assentamentos, foi utilizada a tecnologia LiDAR, que usa aviões para
disparar pulsos de luz na floresta densa. Esse método permite que os
especialistas vejam além da vegetação e mapeiem estruturas antigas que estão
abaixo.
“As imagens permitiram ver os locais na sua totalidade — cada estrada, sítio, reservatório, campos agrícolas de grande escala, currais onde guardavam carne em nível industrial, formação de sistemas agrícolas e pântanos”, disse Hansen.
O arqueólogo explicou que as
observações permitiram aos cientistas saber melhor como os maias construíram
seus sistemas agrícolas para manter sua população.
María Belén Méndez, arqueóloga e
doutora em Estudos Mesoamericanos, que faz parte do projeto de Hansen, acredita
que as informações disponíveis são preliminares e que mais estudos são
necessários para “comprovar” se as descobertas pertencem ao mesmo período dos
maias que habitavam no local.
“Pode-se falar
da descoberta de várias estradas, mas não se sabe se são todas contemporâneas,
se foram construídas ao mesmo tempo”, explicou Méndez. A arqueóloga disse que
as construções são importantes para mostrarem um padrão arquitetônico,
identificado no período pré-clássico, e detalham algumas estruturas usadas como
observatórios astronômicos.
A planejadora da
equipe e especialista em LiDAR, Josephine Thompson, explicou que os maias
projetavam construções, prédios e estradas como engenheiros, visto que
“calcularam como construir suas estradas, ter água e suas áreas residenciais”.
Créditos: Revista Oeste.
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