FEM organiza reuniões anuais com a participação da elite financeira
Proposta foi feita na abertura do Fórum Econômico Mundial, na Suíça,
pela Oxfam, para quem a desigualdade global aumentou com a pandemia
Agência Brasil 16/01/2023
Reduzir o número de bilionários pela metade até 2030 e, no longo prazo, eliminá-los de vez da face do planeta. Como fazer isso? Notadamente, por meio de impostos. Essa foi a proposta apresentada nesta segunda-feira (16/1), no primeiro dia do Fórum Econômico Mundial (FEM), em Davos, na Suíça, pela ONG britânica Oxfram. Criado em 1971, o FEM organiza reuniões anuais com a participação da elite financeira, empresarial e política mundial.
A Oxfram é
formada por uma confederação de 19 organizações não-governamentais com mais de
3 mil parceiros em 90 países.
E por que eliminar os bilionários? Na avaliação da Oxfam, a existência de cada um deles é uma evidência da “falha de políticas públicas”.
“A extrema concentração de riqueza mina o crescimento econômico, corrompe os políticos e os meios de comunicação, corrói a democracia e aumenta a polarização”, anotou a ONG no texto divulgado em Davos.
A desigualdade, apontou ainda a documento, é “uma
ameaça existencial para as sociedades”.
Aumento da desigualdade desde 2020
E de acordo com o último relatório da Oxfam, houve aceleração da desigualdade e da extrema pobreza no mundo durante a pandemia. Com a Covid-19, desde 2020, o planeta ganhou 573 novos “ultrarricos”, ou seja, um novo bilionário a cada 30 horas.
Hoje, existem 2.668 bilionários que, juntos,
possuem uma bolada estimada em US$ 12,7 trilhões.
No documento, sob o título “A necessidade urgente de taxar os
ricos”, a ONG aponta que as dez pessoas mais abastadas do mundo têm mais
riqueza do que os 40% mais pobres juntos. Ainda nessa linha, os 20 maiores
bilionários têm mais dinheiro no banco do que todo o PIB da África Subsaariana.
Os endinheirados, anota a Oxfram, ganharam mais dinheiro com a
pandemia graças à intervenção pública para combater o coronavírus e às centenas
de bilhões de dólares que foram investidos nesse contexto. “Isso é chocante e
não é porque eles fizeram escolhas estratégicas e econômicas brilhantes”,
afirmou Quentin Parrinello, coautor do relatório.
Desde 2020, aponta o documento da Oxfam, dois terços da riqueza produzida no mundo estão nas mãos do 1% mais rico.
Assim, a cada US$ 100 criados, US$ 54,4 dólares foram para os bolsos do 1% mais abonado, enquanto só US$ 0,70 beneficiaram os 50% mais pobres.
Os cálculos da ONG apontam também que
os bilionários teriam recebido US$ 2,7 bilhões por dia desde o início da crise
da Covid-19. Para a entidade, há falta de coragem política para resolver o
problema.
Em relação aos tributos, Parrinello aponta que metade dos
ultrarricos “vive em países onde não há impostos sobre a sucessão de bens”.
“Então, eles podem transmitir todo o seu patrimônio aos herdeiros sem pagar US$
1 de imposto”, diz.
A apresentação do relatório da Oxfam, com uma análise da
desigualdade social no mundo, tornou-se uma tradição no Fórum de Davos. Há uma
década, a ONG aproveita a reunião anual das elites globais para chamar a
atenção do problema da concentração de riqueza no mundo.
https://www.gazetaweb.com/noticias/mundo/diante-da-elite-global-ong-propoe-acabar-com-bilionarios-do-mundo/
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