O ex-CEO da Americanas Sérgio Rial | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução/Shutterstock 17 JAN 2023
Sérgio Rial afirmou ter descoberto inconsistência financeira em
entrevistas com executivos da empresa
O ex-presidente da Americanas Sérgio Rial se pronunciou nesta terça-feira, 17, sobre a sua saída da empresa.
Ele comandou a
companhia por dez dias e deixou o cargo logo depois do anúncio de um rombo de R$ 20
bilhões nas contas.
Em publicação numa rede social, Rial afirmou que tinha objetivos
sólidos de projetar um crescimento da Americanas.
“Foi esse o meu propósito, a minha motivação ao aceitar a posição que os acionistas me confiaram: agregar minha experiência profissional e reoxigenar o legado em prol do desenvolvimento da companhia”, explicou.
No entanto, em entrevistas com executivos da empresa para buscar o aprofundamento de informações, foi descoberto o fato relevante da inconsistência financeira da empresa, o que resultou em sua saída.
O
ex-presidente da companhia também se defendeu de acusações feitas sobre a sua
conduta em torno da gestão da Americanas.
“Nessas conversas, informações e dúvidas foram compartilhadas, e com o natural aprofundamento para entendê-las e dar-lhes direcionamentos conjuntamente com o novo CFO, Andre Covre, chegamos ao quadro do fato relevante com transparência e fidedignidade”, disse Rial.
“Quaisquer especulações ou
teorias distintas disso são leviandades. Eu jamais transigiria com a minha
biografia.”
Ele também justificou sua saída alegando que a empresa precisa de
espaço para se reestruturar.
“Quanto à minha saída, ela decorre do entendimento da necessidade de abrir espaço para que a empresa pudesse se reestruturar de um ponto de partida totalmente distinto do que eu esperava encontrar”, justificou o ex-presidente.
“É preciso saber o momento de se posicionar dentro de um novo
contexto que se apresenta. Foi o que fiz, sem me descomprometer em ajudar no
que estivesse ao meu alcance.”
Na semana passada, o Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro atendeu a um pedido do Grupo Americanas para
suspender qualquer possibilidade de bloqueio, sequestro ou penhora de bens da
empresa.
Confira a íntegra do pronunciamento de Sérgio Rial
“Tenho feito várias reflexões
sobre a minha rápida passagem pela liderança das Americanas, algumas das quais
compartilho com vocês.
A liderança das Americanas, projetava diversos desafios inerentes a uma empresa de varejo chegando aos seus 100 anos.
Na pauta de objetivos estava um projeto de crescimento onde consumidor, tecnologia, marketing, entre outras competências se entrelaçavam.
Foi esse o meu propósito, a minha motivação ao aceitar a posição que os
acionistas me confiaram: agregar minha experiência profissional e reoxigenar o
legado em prol do desenvolvimento da companhia.
Nesses breves nove dias como
presidente, os desafios e os ensinamentos, contudo, foram outros, mas
extremamente importantes.
Coube-me, como executivo-líder, primeiro entrevistar executivos remanescente, questionar e entender quaisquer preocupações e novas perspectivas.
Nessas conversas, informações e dúvidas foram compartilhadas e com o natural aprofundamento para entendê-las e dar-lhes direcionamentos conjuntamente com o novo CFO, Andre Covre, chegamos ao quadro do fato relevante com transparência e fidedignidade! Quaisquer especulações ou teorias distintas disso são leviandades.
Eu jamais
transigiria com a minha biografia.
Portanto, com a conclusão do diagnóstico inicial, surgiu a necessidade premente de correção de rota. E essa correção partiu da transparência e do apoio incondicional que recebi do CA e dos acionistas de referência.
Aqui, minha segunda reflexão: ser líder não é ser
corajoso, mas ser responsável e ético; não é ser herói ou heroína, mas ter a
resiliência para defender a verdade e fazer o que é certo.
Quanto à minha saída, ela decorre do entendimento da necessidade de abrir espaço para que a empresa pudesse se reestruturar de um ponto de partida totalmente distinto do que eu esperava encontrar. É preciso saber o momento de se posicionar dentro de um novo contexto que se apresenta.
Foi o que fiz, sem me descomprometer em ajudar no
que estivesse ao meu alcance. Essa é a minha terceira reflexão. Vou, portanto,
neste momento, continuar a contribuir com minhas capacitações, experiência,
seriedade e transparência, seguindo sempre as premissas que nortearam toda
minha trajetória profissional e pessoal.
São lições profundas de
governança, autenticidade e coerência que esses nove dias escreveram na minha
história.”
LEIA TAMBÉM:
PIB da agropecuária pode crescer quase 7%
Americanas: banco Rothschild vai negociar com credores
Nenhum comentário:
Postar um comentário