☼ Carta de Battisti gera primeira polêmica do ano no ☼

Ao defender a manutenção do ex-ativista italiano Cesare Battisti no Brasil, o senador Eduardo Suplici(PT-SP) acabou por detonar a primeira polêmica do novo Senado.

Na sessão desta quinta-feira (3), o petista leu na tribuna da Casa uma carta escrita pelo italiano na qual Battisti negou os crimes de que é acusado na Itália e disse querer construir uma sociedade justa no Brasil.

Itália pede que STF anule decisão de Lula sobre Battisti

Cesare Battisti manda carta aos Senadores


Suplicy visitou Battisti no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, na manhã desta terça.
 
Da tribuna do Senado, afirmou que como bisneto e neto de italiano, depois de estudar o caso Battisti, estava convencido da inocência do italiano.
 
Se quiserem chamar aqui Cesare Battisti para explicar, na Comissão de Constituição e Justiça, se ele cometeu qualquer dos quatro assassinatos, eu estou convencido de que [Battisti] é [inocente], disse Suplicy.
Se vossas excelências quiserem ouvi-lo, os senadores do partido Democratas, do PSDB, da oposição e todos os demais acabarão convencidos como eu fiquei, complementou.

O senador Agripino Maia (DEM-RN) manifestou preocupação com a relação diplomática e cultural entre Brasil e Itália. Maia afirmou que a discussão do caso Battisti pode prejudicar as relações entre os países.
Colega de base governista de Suplicy, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) manifestou solidariedade ao petista por ter levantado o debate sobre Battisti na tribuna do Senado.
Quero me irmanar com o senador Suplicy por suas palavras e leitura da carta de Césare Battisti. A questão é de natureza política. O embate é aqui.
Decisão de Lula
No último dia de mandato, em 31 de dezembro de 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeitou a extradição de Battisti para a Itália.
Lula acatou o parecer elaborado pela Advocacia Geral da União (AGU) que recomendava a manutenção de Battisti em território brasileiro.
Com a decisão, Lula deixou a resolução do impasse a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve decidir sobre a libertação do italiano, que está preso em Brasília, onde aguarda a conclusão do processo de extradição.
O caso envolvendo a extradição do ativista para a Itália transformou-se em uma das maiores polêmicas da diplomacia brasileira durante o segundo mandato do presidente Lula.
Fuga para o Brasil
Battisti fugiu da Itália em 1981, refugiou-se no México e passou 11 anos como exilado político na França durante o governo de François Mitterrand, mas teve o benefício cassado. Ele chegou ao Brasil em 2004, também foragido.
Condenação na Itália
Battisti foi preso no Rio de Janeiro em 2007. Em janeiro de 2009, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio ao ex-ativista, sob a justificativa de "fundado temor de perseguição.
Membro do grupo Proletários Armados para o Comunismo (PAC), Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália pela suposta autoria de quatro assassinatos na década de 1970.
A defesa nega o envolvimento do ex-ativista em assassinatos e acusa o governo italiano de perseguição política.

Na carta entregue a Suplicy, o italiano admite ter participado do PAC, mas nega envolvimento em assassinatos. Participei dos Proletários Armados para o Comunismo. Nessas ações nunca provoquei ferimentos ou morte de qualquer ser humano, registrou Battisti.

Ainda de acordo com a carta do ex-ativista, desde que foi preso, nunca perguntaram a ele sobre os supostos crimes. Até agora, nunca qualquer autoridade policial ou qualquer juiz me perguntou se cometi qualquer assassinato.
A reação ao discurso de Suplicy foi imediata entre os senadores da oposição. O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) afirmou que a população brasileira não quer que o Brasil dê abrigo a criminosos.

Nós lamentamos que o Senador Suplicy, que todos nós no Brasil respeitamos como sendo um senador que defende os direitos humanos, venha repetidamente à tribuna defender o asilo ao Cesare Battisti.

Lamentavelmente, o presidente Lula deixou para a última hora a decisão de não conceder a extradição.

O STF dará a palavra final, mas a população brasileira já disse o que quer: que o Brasil não dê abrigo a criminosos, discursou Ribeiro.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) criticou a carta de Battisti e afirmou que o ex-ativista italiano foi condenado à prisão perpétua e fugiu da Justiça italiana:

Manda o senhor Cesare Battisti uma carta em que diz, entre outras coisas, primeiro, que nunca foi ouvido por um juiz e que, durante a instrução do processo e o julgamento, em que foi condenado à prisão perpétua, eu me encontrava exilado no México e não tive oportunidade de me defender.

Ora, ele não estava exilado, ele estava foragido, ele fugiu da Justiça italiana.

Demóstenes ainda chamou o italiano de assassino ao comentar os motivos que levaram a Justiça italiana a condenar Battisti.

[Se Battisti retornar à Itália] ele vai ser preso, ele está condenado à prisão perpétua porque ele é um assassino, ele matou quatro pessoas e colocou outra em incapacidade permanente, fora diversas outras ações.

Isso não sou eu que estou dizendo, isso é uma condenação da Justiça italiana, afirmou.

Apesar das críticas ao italiano, Suplicy permaneceu firme na defesa da inocência de Battisti   e   chegou   até   a   propor   que   o ex-ativista fosse ouvido na Comissão de
Constituição e Justiça do Senado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

EM DESTAQUE

JOHN FITZGERALD KENNEDY COM 107 ANOS, NÃO MORREU, FOI RETIRADO PELOS CHAPÉUS BRANCOS E MANTIDO NO SERVIÇO DE PROTEÇÃO Á TESTEMUNHA.

  BOOM! CHAPÉUS BRANCOS EM AÇÃO: A FUGA INACREDITÁVEL! O PLANO DE ASSASSINATO FRUSTRADO  DE JFK E A REVIRAVOLTA NA PROTEÇÃO DE TESTEMUNHAS M...

POSTAGENS MAIS ACESSADAS