O ex-governador de São Paulo e candidato derrotado do PSDB à Presidência da República, José Serra, considera, segundo entrevista publicada na edição de hoje do jornal O Globo, que o governo da presidente Dilma Rousseff está mostrando, com o salário mínimo de R$ 545, "um rigor fiscal que ele absolutamente não tem".
"O falso rigor esconde a falta de rigor.
Por que não começam pelos cortes de cargos comissionados ou dos subsídios, como os que são entregues ao BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social)?", questionou.
O tucano citou também o aumento das despesas de custeio de R$ 282 bilhões em 2010 para R$ 404 bilhões em 2011 como exemplo da falta de rigor.
A consequência desse quadro, de acordo com Serra, seria o estelionato eleitoral.
"Quer apostar como vão cancelar muitos dos projetos depois de servirem como instrumento para atrair votos na campanha?
" O tucano também acusou o "festival de barganhas" para montar o governo de Dilma Rousseff.
"E antes de terminar o segundo mês, ainda tivemos o bloqueio a um salário mínimo melhor, o escândalo de Furnas e a não apuração dos escândalos da Casa Civil".
Serra criticou ainda a "herança maldita" deixada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Gigantesca", segundo ele, "em razão do descontrole dos gastos, dos maiores juros do mundo, da desindustrialização."
O tucano negou que esteja trabalhando para voltar à presidência do PSDB e disse nem considerar essa uma questão muito importante para o momento.
Negou também que pretenda disputar a Prefeitura de São Paulo em 2012.
Sobre uma nova disputa pela Presidência da República em 2014, Serra considera que essa eleição "ainda está muito longe e há muitas variáveis ainda imprevisíveis".
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