►A crise política pode se tornar uma crise econômica?

qua , 10/8/2011
Redação Época
A deflagração da Operação Voucher, que investiga desvio de dinheiro público do Ministério do Turismo, deixou os aliados da presidente Dilma Rousseff à beira de um ataque de nervos. Temerosos de que ela promova uma onda ainda maior de demissões por causa das denúncias, alguns chegaram a afirmar que ela poderia "não aguentar até o fim do governo". Aparentemente, Dilma está ciente do risco político que enfrenta e, nesta quarta-feira, mostrou receio de que a crise política se torne uma crise econômica em um momento de grandes incertezas no cenário internacional.
A Agência Estado conta que, em encontro com o Conselho Político, do qual fazem parte líderes partidários e presidentes das siglas aliadas, houve comparações com a situação dos EUA. Graças a um confronto entre democratas e republicanos, o país ficou perto de declarar moratória.
Segundo relato de um participante do encontro, partiu da própria presidente a comparação. Dilma disse aos líderes e presidentes partidários que o exemplo americano é de impasse político, mas que acredita "na maturidade de nossos políticos para enfrentar a crise", relatou o aliado.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, participou da reunião com a missão de tentar explicar aos presentes os riscos que o país enfrenta caso uma situação semelhante ocorra por aqui, como destaca a Folha:
O Planalto pediu aos líderes dos partidos da base aliada "responsabilidade" e união ao avaliar projetos que aumentem os custos do governo. Mantega deu o exemplo da PEC 300, que cria um piso nacional para policiais e bombeiros. Há pressão no Congresso para votar o tema neste semestre. "A PEC 300 pode ter um efeito fiscal muito pior para o Brasil do que a crise internacional", afirmou o ministro na reunião.
O recado do governo, entretanto, não surtiu efeito. A base aliada não tem problemas em mostrar sua insatisfação com o Planalto e um líder de partido chegou até a ironizar a preocupação do governo, segundo a Agência Estado.
Líderes da base argumentam que não é possível se preocupar apenas com a crise econômica internacional e deixar as prefeituras sem recursos para executar as obras. Na reunião pela manhã do Conselho Político, a insatisfação no caso das emendas foi externada à presidente. À tarde, a base decidiu que não dá para fazer de conta que a relação da presidente com seus aliados está bem. "Os deputados estão com desejo de não votar nada nesta semana", resumiu o líder do PTB, Jovair Arantes (GO). "O município mais próximo de Nova York fica a 10 mil quilômetros", ironizou o líder, referindo-se à preocupação do governo com a crise financeira internacional.
Foto: Antonio Cruz / Abr  José Antonio Lima

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