ESTE É UM DOS RESULTADOS DE ALIANÇAS MAL FEITAS E COSTURADAS COM LOTEAMENTO DE CARGOS VISANDO GOVERNABILIDADE.
Redação Época
O PMDB elegeu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, como seu bode expiatório para o escândalo envolvendo o Ministério do Turismo. Menos preocupado com as acusações de corrupção expostas contra seus indicados na pasta, o partido segue batendo na tecla de que o problema maior de todo o escândalo são os supostos exageros da Justiça e da Polícia Federal. Como a PF está sob o comando de Cardozo, o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), suspeita que Cardozo agiu de má fé para prejudicar o partido, como conta a Agência Estado:
"Houve excesso do juiz que decretou a prisão, do promotor que pediu a prisão, da Polícia Federal que prendeu e algemou pessoas inocentes", afirmou. "A informação que chegou a nós é a de que o ministro só foi informado na última hora, quando a operação já estava acontecendo, mas é uma coisa meio difícil de acreditar", alfinetou. |
Após essas declarações, Raupp tentou ainda contrapor a imagem de que o PMDB se incomoda mais com o fato de ser investigado do que de ver nomes indicados pela sigla envolvidos em irregularidades.
Raupp ressaltou ainda que o PMDB não é contra a investigação e a prisão de envolvidos em irregularidades, mas disse que isso deve ocorrer apenas quando houver provas. "Condenar uma pessoa, apunhalar uma pessoa sem uma única prova é uma coisa muito difícil", afirmou. E refutou que a Operação Voucher poderia levar a sigla a retaliar o governo Dilma em votações no Congresso: "O PMDB está tranquilo, continuaremos firmes na base aliada, porque temos uma aliança sólida com a presidente." |
Ainda na terça-feira, quando a Operação Voucher da PF foi realizada, Cardozo, pressionado pela presidente Dilma Rousseff sobre fotos dos presos algemados, enviou pedido de esclarecimentos à PF. A força policial informou que não houve excessos durante a prisão dos acusados.
José Antonio Lima
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