A credibilidade da Standard & Poor's
seg , 8/8/2011
Redação Época
Mundo, Negócios & Carreira Tags: 070811, Estados Unidos, Paul Krugman, S&P, The New York Times
A nota da dívida americana foi rebaixada na última sexta-feira, de AAA para AA+, pela agência de crédito Standard & Poor's (S&P). A decisão foi criticada pelo governo americano, que apontou erros de cálculo na análise da S&P. Na edição desta segunda-feira do jornal The New York Times, o economista Paul Krugman questiona a credibilidade dos julgamentos econômicos da agência.
Krugman lembra que a própria S&P tem parte da culpa pelos problemas econômicos nos Estados Unidos. As agências contribuiram para a crise ao conceder nota AAA a hipótecas que causaram a crise financeira de 2008. Na época, o próprio banco Lehman Brothers, que foi a falência, recebeu uma nota A pouco antes de quebrar.
As agências de rating nunca nos deram razão para levar suas decisões a sério. É verdade que nações devedoras são, em geral, rebaixadas. Mas, nesses casos, as agências estavam apenas seguindo os mercados. E os raros casos em que as agências de rating rebaixaram países que, como os Estados Unidos, ainda tinham a confiança dos investidores, foram erros de julgamento. Veja, por exemplo, o caso do Japão, que a S&P rebaixou em 2002. Nove anos mais tarde, o país ainda é capaz de emprestar livremente. Portanto, não há razão para tomar o rebaixamento do AAA americano muito a sério. Essas agências são as últimas pessoas cujo julgamento devemos confiar. |
Apesar disso, o economista lembra que os Estados Unidos têm, de fato, um problema econômico para lidar. E defende que esse problema foi causado por vias políticas, como resultado da pressão de grupos da extrema direita americana, que acham melhor "criar uma crise" do que ceder em suas demanadas.
Bruno Calixto
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